Reforma Tributária: testes a partir de julho serão remotos e manuais, sem uso de dados reais
Não foram desenvolvidas pelo Serpro e pelas Prods - estaduais e municipais - as APIs que vão permitir a comunicação entre os ERPs e o Fisco, adverte o Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Brasscom, Sergio Sgobbi.

As grandes empresas associadas à Brasscom e fornecedoras de ERP (pacote de gestão) estão no teste do Serpro que começa no dia 1 de julho para a Reforma Tributária, informou o diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Brasscom, Sergio Sgobbi. Em entrevista à CDTV, do Convergência Digital, durante o IA Gov Fórum – ABEP-TIC, em São Paulo, o executivo, porém, advertiu que o processo está atrasado e preocupa.
“Os testes serão restritos e manuais, sem o uso de dados reais. Há uma questão tecnológica não decidida que são as APIs entre os ERPs e o Fisco. Os testes não vão valer para ver se há interoperabilidade dos dados, até porque as APIs não existem”, pondera Sgobbi.
O diretor da Brasscom lembra que, no Brasil, apenas 17% das empresas são informatizadas e há 83% que não são e a Reforma Tributária será 100% digital. “O momento é de preocupação. Começamos esses testes agora em julho e já há um atraso real”, diz. Segundo Sgobbi a Brasscom passou uma lista com as APIs que têm de ser desenvolvidas, mas até agora, não houve uma resposta concreta. As Prods – empresas de informática dos estados e municípios – também terão de se mobilizar. “Elas conseguem fazer as APIs, mas vão conseguir fazer os testes? ficou apertado”, detalha.
Para agravar a situação, o diretor da Brasscom diz que ainda há o desafio de manter o sistema atual, que fica valendo até 2032, e o desenvolvimento do novo sistema. Assista a íntegra da entrevista com o diretor da Brasscom, Sérgio Sgobbi.