Regulação da Inteligência Artificial exige qualidade nas suas regras

Um amplo debate garantiu a melhor lei possível para tratar da inteligência artificial, defendeu o principal co-autor da Lei de IA da União Europeia, Gabriele Mazzini, ao apresentar o modelo durante o 4º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet. 

“Há um trade off, cada vez que você cria regulações, cria alguns custos de conformidade. Da nossa perspectiva, a intenção foi dizer que queremos garantir que a IA está no mercado europeu, que ela se aproxime dos nossos valores. Se ela se encontra com nossos valores, a IA será levada por stakeholders, por cidadãos, por companhias, e, portanto, vamos ter um mercado para a IA. Vivemos em uma sociedade de regras, porque queremos preservar certos valores”, afirmou o jurista, PhD e professor do Massachusetts Institute of Technology. 

Ele lembrou que as discussões para a legislação aprovada este ano na Europa começaram ainda em 2017. “Antes do debate legislativo, discutimos sobre a chegada da IA e como deveríamos lidar com isso. É absolutamente importante ter um debate amplo e profundo com todos os stakeholders, para garantir que estamos fazendo a coisa certa. Na Europa, certamente dedicamos tempo a isso, o máximo que pudemos. E, esperamos, foi suficiente para fazermos as escolhas corretas”.