Regulação de IA: “Cuidado para não beneficiar apenas grandes empresas e matar as startups”
A advertência é feita pela CEO da Orby.co, Maria Eduarda Franklin. Segundo ela, burocratizar o acesso aos dados na regulação de IA vai fechar as portas às startups. Ela também pede atenção especial à indústria de hardware. "O Brasil precisa olhar para os dispositivos inteligentes e urgente".
O Brasil é um país da ciência e precisa segurar na mão das pessoas que estão fazendo ciência aqui, desabafa a cofundadora e CEO da Orb.co, Maria Eduarda Franklin, ou Duda Franklin. A Orby.co é responsável pela construção de um sistema pioneiro para neuromodulação não invasiva que permite a reabilitação da capacidade motora e a redução da sensação de dor para pessoas com disfunções neuromotoras.
Ao participar do 5º Congresso Brasileiro de Internet, realizado pela Abranet, no dia 22 de maio, em Brasília, Duda Franklin, fez uma advertência: vamos olhar para a Inteligência Artificial, mas há outras tecnologias precisando de apoio como a robótica e a indústria de hardware. “Na neoindustrialização, a indústria de hardware tem de ser olhada com muita atenção. Temos de criar hardware com alta proposta de valor porque ele muda a forma como lidamos com a vida no dia a dia. O Brasil tem grandes desenvolvedores, mas falta apoio dos tomadores de decisão”, afirma Duda Franklin.
Na verdade, adiciona, o Brasil precisa de ações mais contundentes com relação à ciência. “Temos de apoiar as startups. O marco legal das startups não abriu portas de verdade. Temos de ter uma regulamentação mais simples que impeça a morte de tantas startups tão cedo”, desafia. Duda Franklin alerta para a redação da regulamentação de Inteligência Artificial no Congresso Nacional. “Não se pode burocratizar o acesso aos dados. O processo não pode ser custoso senão ficam só as grandes empresas e as startups morrem no limbo”, decreta.
Duda Franklin enfatiza que o Brasil é, sim, o país da Ciência. “Temos de dar voz aos nossos cientistas que fazem a transição da academia para o mercado. Falta empenho em segurar na mão dessas pessoas e acreditar”, adiciona. Assista a entrevista com Duda Franklin.