Telebras fará leilão da capacidade de banda larga via satélite

Na expectativa de que até setembro deste 2017 tudo esteja funcionando, a Telebras apresentou ao mercado as condições de oferta da capacidade de tráfego de dados do novo satélite geoestacionário de defesa e comunicações, com lançamento previsto para o dia 21 de março, A estatal vai reservar uma pequena parte dos 56 Gbps disponíveis em banda KA e colocar o restante, 45 Gbps, em leilão. 

“Os lotes foram desenhados para termos parceiros. Teremos lotes que vão encaixar grandes operadoras mundiais de satélite, que atendem residências ou não, e também desenhados para atender operadoras brasileiras, provedores de acesso a internet, sejam as grandes ou os pequenos, como operadoras de TV por assinatura que ainda não oferecem banda larga”, afirmou nesta quinta o diretor técnico-operacional e presidente em exercício da Telebras, Jarbas Valente. 

Todos esses segmentos estavam representados entre os cerca de 50 participantes da audiência pública que a estatal promoveu para apresentar o modelo de negócios do satélite. Os pequenos provedores, porém, devem mesmo acabar atendidos nos 11 Gbps que a Telebras reservou para si, uma vez que para disputar os outros três lotes é preciso estatura e garantias financeiras – barreiras comuns aos provedores de menor porte. 

Serão três lotes, um com capacidade de 21 Gbps e os outros dois de 12 Gbps. A escolha será pelo maior lance global e só podem participar empresas que possuam licença de operação da Anatel, sejam concessionárias, permissionárias ou autorizadas. Além disso, uma mesma empresa só pode comprar até dois lotes. 

O lote 1 é especial não só por ser maior (36% de toda a capacidade da banda Ka do satélite). Para ficar com ele, a empresa vencedora vai se comprometer com alguns compromissos, especialmente o provimento da capacidade de conexão dos 11 Gbps que ficarão com a Telebras, com os quais a estatal pretende atender órgãos públicos e pequenos provedores – ficando os 21 Gbps (9.861 MHz) para uso comercial da forma que o vencedor desse lote preferir. 


Esses compromissos envolvem a instalação das antenas (Vsats)em todo o país (metade delas no Nordeste), bem como sua manutenção, a integração com os sistemas da estatal e o treinamento da operação. Todos eles serão, porém, remunerados pela Telebras. “O valor será descontado do lance vencedor do lote 1”, explica o diretor técnico operacional da estatal. Além disso, no lote 1 serão assinados dois contratos, um para a cessão de capacidade em si e outro de colocation da infraestrutura, como o datacenter do programa do satélite. Os outros dois lotes serão de 12 Gbps (5.809 MHz) e nesses casos os vencedores utilizarão a capacidade como quiserem, sem compromissos como os previstos no lote 1. 

A direção da Telebras sustenta que está levando para o satélite o mesmo modelo de venda no atacado que opera na rede terrestre. Mas há diferenças, ao menos sobre o projeto inicial da estatal como executora do Plano Nacional de Banda Larga. Primeiro, não haverá mais um preço teto para oferta ao cliente final, no varejo. Além disso, há uma ‘terceirização’ maior da operação. Por exemplo, a Telebras desistiu de comprar e instalar ela mesma as antenas Vsats. “Se fossemos comprar daquela forma o preço seria mais alto. Agora será mais barato para a Telebras”, afirma Jarbas Valente. Para o diretor comercial, Alex Magalhães, o satélite será fundamental para a estatal deixar de operar com prejuízo. “Vamos atingir o objetivo da auto sustentabilidade econômico-financeira e de gestão.” 

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