Toxicidade da Internet: seu filho pode não ser a vítima, mas o agressor
Ninguém precisa ser nativo digital para transmitir aos filhos valores importantes no mundo online – porque eles são os mesmos do mundo físico. Como destacou a professora da PUC-SP e psicoterapeuta Ivelise Fortim, durante o DISI 21, o Dia Internacional de Segurança em Informática, promovido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, há questões que as famílias sabem naturalmente.
“As famílias precisam estar juntas, não para vigiar, não para controlar, mas para compartilhar o mundo delas na internet. Às vezes as famílias acham que não sabem nada e que não tem nada a oferecer para educação da criança na internet. Mas os pais têm que entender que não é saber mexer no aparelho. Tem uma série de regras de educação, valores da família, formas de se comportar que não valem só para o jogo, para a rede social, valem para a vida. E isso as famílias sabem orientar as crianças”, afirmou ao participar do painel ‘Segurança Digital Começa Cedo’.
“Nos jogos online há diferenças grandes. Têm comunidades mais tóxicas e menos tóxicas. Quando se fala de toxicidade no jogo, as famílias tendem a ver os filhos como vítimas. Mas precisam pensar em educar para o ambiente online de forma mais respeitosa. Muitas vezes seu filho é o agressor, é quem está fazendo ofensa, é quem não se comporta adequadamente. Importante as famílias dizerem que no mundo online deve se comportar de forma respeitosa, como fora dos jogos.”
Como destacou, há comportamentos que podem parecer inofensivos, mas trazem risco. “Literalmente qualquer criança de 7 anos consegue rodar um ‘hack’, um script que ele pegou na internet, para fazer alguma coisa no jogo. Rodam script para atirar mais rápido, script para o personagem dela ficar melhor. A criança não sabe exatamente o que está fazendo, pode estar pegando um programa que tem um trojan escondido, que até faz o que ela quer, mas pode esconder uma ameaça de uma invasão no computador, no celular do pai.”
“Outro cuidado das famílias é com as compras dentro dos jogos. Muitas vezes as famílias salvam um número de cartão de crédito no celular, mas não põem qualquer limitação de gastos. E temos histórias de crianças que gastaram R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 40 mil nos jogos. Mas há boas dicas. Muitos bancos mandam SMS quando foi feita uma compra. E tem empresas que adotam cartões pré-pagos”, completou. Assistam a participação da professora da PUC-SP e psicoterapeuta Ivelise Fortim, no DISI 21.