Inovação

Banco Central descarta adiamento do Open Banking e do pagamento instantâneo

O Banco Central do Brasil tem duas prioridades para o momento: não atrasar em nada a entrar em vigor do PIX, sistema instantâneo de pagamentos e transferências, e de open banking, mesmo com o impacto da Covid-19 na economia brasileira. Em palestra virtual parte durante a Futurecom Summit Digital, Otavio Damaso, diretor de regulação do Banco Central do Brasil, ressaltou a importância da agenda de inovação da Autoridade Monetária.

“Foi a agenda de Inovação que, no meu ponto de vista, ajudou bastante o financeiro enfrentar o isolamento físico causado pela Covid-19, porque já existia vários canais de comunicação com clientes e stakeholders”, pontuou. Mas, admitiu que “se tivéssemos ido ao extremo na digitalização, as soluções teriam sido mais amplas e efetivas e o alcance das políticas públicas teriam sido mais eficientes”.

Em painel sobre Open Banking, em seminário da Futurecom, com mediação do presidente da Abranet, Eduardo Neger, especialistas discutiram a parte de segurança e proteção de dados. “Open banking será tão transformacional quanto a internet foi e a diferença é que, diferentemente da década de 1990, hoje a velocidade é muito mais rápida”, apontou Leandro Vilain, diretor de políticas e negócios e operações da Febraban. Segundo ele, o setor dos bancos está pronto e capacitado para entrar nesta nova fase, mas há pontos de preocupação.

“O cronograma é desafiador e o escopo da operação brasileira é abrangente”, enumerou, acrescentando ainda questões de tecnologia, segurança da informação, financiamento do projeto, sustentabilidade no longo prazo como temas que estão sendo debatidos com o Banco Central. “Os setores financeiro e bancário são o que mais querem ver isto dando certo, ninguém quer o fracasso”, assinalou.

Para José Luis Rodrigues, conselheiro da ABFintech, não se trata de um movimento novo, mas que vem em uma esteira de inovação. “A grande competição, que estava na informação, e ela vai estar com seu dono, que é o cliente, que será empoderado para usar os dados para ter um atendimento melhor no sistema financeiro”, disse.


Na mesma linha, Sergio Biagini, sócio-lider da indústria de financial services na Deloitte, destacou que open banking dá o direito ao consumidor, dentro da plataforma, de escolher agregar produtos, ao mesmo tempo em que possibilidade do surgimento de novos modelos de negócios e de novas cadeias de valor. “Não existe uma única estratégia; cada instituição tem de desenhar a sua. Open banking vai trazer nova realidade de mercado”, apontou. 

Para Tiago Aguiar, superintendente de novas plataformas (negócios digitais) na TecBan, open banking vai ser abertura da distribuição de produtos financeiros, fazendo-os chegar a pessoas que não têm acesso, por exemplo, a crédito. “O universo financeiro vai se expandir, com novos players entrando. Mas não podemos analisar open banking isoladamente; ele vem junto com blockchain, 5G e outras novas tecnologias”, disse.

Ivo Mósca, superintendente do Itaú para open banking e pagamentos instantâneos, concordou que open banking proporciona uma amplitude de serviços enorme, mas ressaltou que ainda não há clareza ainda de um modelo vencedor. “No curto prazo, haverá uma derrubada na barreira dos dados e informação, como os dados cadastrais dos clientes que poderão ser transmitidos mais facilmente. Conhecer o cliente fica muito fácil”, completou. 

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