Banco do Brasil: IA First é um exagero
"IA ainda custa caro, estamos aprendendo e deve ser aplicada onde faz sentido", diz a VP de tecnologia do BB, Marisa Reghini.

A inteligência artificial saiu do estágio de hype e se tornou um padrão no mercado, mas a abordagem “IA First” – que prioriza a tecnologia acima de tudo – ainda é um exagero. A avaliação é da vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do Banco do Brasil, Marisa Reghini, ao tratar do tema durante a Febraban Tech 2025.
“IA deixou de ser hype, já é padrão em todas as empresas. Em todos os lugares que a gente vai, principalmente nos eventos de tecnologia, só se fala de inteligência artificial”, afirmou Reghini. Ela lembrou que, embora o tema tenha ganhado destaque nos últimos anos com o surgimento de ferramentas como o ChatGPT, a tecnologia não é nova: “Existe desde os anos 1950. Está aqui e está transformando o setor financeiro, bancário, tecnologia, todas as empresas”.
No Banco do Brasil, a IA já está presente em 700 modelos, desde aplicações em back-office até soluções voltadas diretamente ao cliente. “A gente vai usando conforme entende que é importante para o banco, olhando sempre para a governança, nossa estratégia e framework de inovação”, explicou.
Apesar do avanço, Reghini critica a ideia de que a inteligência artificial deva ser a prioridade absoluta das empresas no sentido de ser associada a tudo. “Particularmente, não acredito que seja IA First. Porque inteligência artificial é uma tecnologia cara, ainda custa muito”, destacou. Ela ressaltou que o setor ainda está em fase de aprendizado, inclusive para reduzir riscos como alucinações e garantir padrões de qualidade.
Para a executiva, a tecnologia deve ser aplicada onde realmente faz sentido, alinhada à estratégia dos negócios. “É uma tecnologia que transforma e tem um potencial gigantesco. Mas vamos com calma, avaliar qual o melhor lugar para utilizar”, concluiu.