Inovação

Bradesco: Next não vai ‘matar’ o banco tradicional

O banco digital do Bradesco, o Next, não vai substituir a operação tradicional. “Existe espaço para os dois modelos de negócio e temos a preocupação, na área de inteligência, de embarcar [no tradicional] as novidades tecnológicas que testamos no mundo digital”, explicou Octavio de Lazari Junior, diretor-presidente do Banco Bradesco, durante palestra no CIAB Febraban, congresso de tecnologia da informação para instituições financeiras que ocorre de 11 a 13 de junho, em São Paulo.

Lazari Junior acrescentou que as agências físicas vão, sim, mudar de perfil e enfatizou que o Next foca em um público mais jovem, das novas gerações. “O Next vem para o público dos millennials, que querem jornada nova, que têm preocupação não com o produto, mas com a experiência que vão ter, por exemplo, chamando Uber pelo Next ou encomendando comida”, disse, completando que o Next está ativando quase nove mil novas contas por dia, somando atualmente 1,5 milhão de clientes. “Aproveitar os ensinamentos do Next para o banco incumbente foi a maior sabedoria.”

O diretor-presidente do Bradesco explicou como uma arquitetura de TI adaptável foi essencial para levar a cabo o projeto do Next para permitir a integração com diversos parceiros que se conectam com o banco por meio de interface de programação de aplicativos (APIs, na sigla em inglês para application programming interface). O Bradesco também faz uso da metodologia ágil. “Houve uma evolução no jeito de pensar e fazer: de produtos para o cliente para experiência para o cliente, para que o banco seja realizador de sonhos”, resumiu.

Ele destacou que open banking é inevitável, mas deve resguardar as questões de segurança. “Open banking é sempre desejável pelo quanto você pode fazer, mas tem sempre de preservar e se preocupar com as características de segurança, porque sabemos quantos ataques sofremos por dia. Então, tem de tomar os devidos cuidados de segurança, com critério e validação nas nossas plataformas”, pontuou.

Acerca da presença do Bradesco fora do Brasil, Lazari Junior afirmou que a aquisição do BAC Florida Bank, nos Estados Unidos — a operação foi anunciada em maio por US$ 500 milhões —, servirá de base para a expansão no segmento de private bank nos EUA.


“O BAC nos chamou muito a atenção, porque, além de ser plataforma de private bank estruturada, tem estrutura de atendimento de broker, de mortgage, e tem banco digital muito arrumadinho que faz captação de investimentos em 49 Estados dos EUA. Podemos crescer muito com ele a partir de uma plataforma única em Miami. Mas fazer banco de varejo nos EUA nem pensar”, disse. O BAC Florida vem oferecendo, a partir da Flórida, por 45 anos, diversos serviços financeiros nos EUA, com destaque para pessoas físicas de alta renda não-residentes.

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