EUA reacendem guerra de chips e proíbem Nvidia e AMD de exportarem para China
O governo dos Estados Unidos proibiu exportações de alguns chips avançados para a China, o que provavelmente atingirá quase todas as grandes empresas de tecnologia que executam nuvens públicas ou módulos avançados de treinamento em inteligência artificial no país, informa a agência Reuters.
A designer de chips Nvidia Corp (NVDA.O) disse na quarta-feira que autoridades dos EUA disseram para parar de exportar dois dos principais chips de computação para trabalho de IA para a China. A Advanced Micro Devices (AMD.O) também disse que recebeu novos requisitos de licença que impedirão que seu chip avançado de IA chamado MI250 seja exportado para a China.
A Nvidia informou à Securities and Exchange Commission, a CVM dos EUA, que funcionários do governo norte-americano ordenaram restrições às vendas de seus principais chips de IA para a China e a Rússia. As novas restrições, na forma de requisitos de licenciamento, sujeitas à aprovação do governo dos EUA, incluem a poderosa GPU A100 Tensor Core, o próximo H100 e quaisquer chips de potência equivalente ou sistemas que os incorporem.
Oficialmente, o objetivo é “lidar com o risco de que os produtos cobertos possam ser usados ou desviados para um ‘uso final militar’ ou ‘usuário final militar’ na China e na Rússia”, segundo a Nvidia, que observa que a empresa já não vende produtos a clientes na Rússia.
A Reuters publicou que o Departamento de Comércio pretende que a nova política “mantenha tecnologias avançadas fora das mãos erradas”. A China não está feliz com as restrições, chamando o movimento de parte de um “bloqueio tecnológico”. Os EUA também restringiram as vendas do chip MI250 Accelerator AI da AMD para a China. Ainda não se sabe se esse esforço terá algum efeito na capacidade de IA da China a longo prazo, pois as empresas chinesas começaram a desenvolver suas próprias GPUs para gráficos e uso de IA.
Shu Jueting, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, disse nesta quinta-feira, 1/9, que Pequim se opõe às medidas, dizendo que elas prejudicam os direitos das empresas chinesas e ameaçam interromper as cadeias de suprimentos globais. Os pedidos ressaltam o aprofundamento das tensões EUA-China sobre o acesso à tecnologia avançada de chips.