Inovação

Positivo quer distribuir 100 mil mini computadores que ensinam a programar

Vai começar a ser distribuído (e vendido) no Brasil até a virada para 2018 o micro:bit, o pequenino computador desenvolvido pela britânica BBC para ensinar crianças a programar. Lançado para valer no início de 2016, já conta 1 milhão de equipamentos no Reino Unido e vai chegando a outros países. Na América Latina e na África a distribuição foi assumida pela brasileira Positivo, que foi autorizada a usar R$ 1 milhão em incentivos da Lei de Informática para desenvolver estratégias educacionais associadas ao mini computador.

“Diferente da robótica tradicional, em que alunos montam robôs mas deixam eles na escola, temos agora a possibilidade de as crianças levarem os robôs para casa. Essa placa une inteligência, ação e paixão e permite que cada criança construa sua máquina, controle carrinhos, acenda e apague a luz, faça comandos e deixe os pais loucos em casa. Nosso desafio será fazer chegar a 100 mil estudantes no ano que vem”, diz o vice-presidente da Positivo Tecnologia Educacional, Álvaro Cruz. No Brasil, a ideia é fazer o micro:bit chegar a estudantes de 8 a 11 anos.

Fruto do envolvimento da BBC com computadores, o micro:bit foi desenvolvido por uma larga parceria, que envolve ainda ARM, IET, Amazon, Microsoft, Samsung, além de instituições acadêmicas britânicas. Aos olhos, lembra um pequeno Raspberry Pi, com 4×5 cm. Ele tem um processador ARM de 32 bits de baixo consumo de energia, porta micro-USB, bússola, bluetooth, acelerômetro,  cinco conexões I/O e dois botões programáveis. Não há vídeo, mas uma espécie de visor formado por 25 LEDs. 

“O kit serve para ensinar as crianças a programarem, para inserir o digital na vida delas. Isso é cada vez mais crucial, especialmente no Brasil, onde temos dificuldades em disciplinas de raciocínio lógico, como física e matemática. Estamos entrando nesse consórcio internacional para que as crianças descubram de forma lúdica como programar e despertar o raciocínio lógico. Além dos recursos de P&D, estamos em conversas com o Ministério da Educação para novos pilotos”, afirma o diretor de ecossistemas digitais do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Otávio Caixeta. 

Depois do Reino Unido, nos últimos meses o micro:bit chegou aos Estados Unidos, Taiwan, Japão e Índia. Coreia do Sul deve ser o próximo e a China está em tratativas. Parcerias também ajudaram a distribuir o micro:bit a refugiados na Grécia e a estudantes na Croácia. Mas se a distribuição patrocinada é o forte do projeto, o computador de bolso também pode ser comprado. Em Londres, vale 15 libras. Por aqui, a tendência é de que o preço fique entre R$ 90 e R$ 100. 


“Temos pesquisas que mostram que 90% dos estudantes consideram que qualquer pessoa pode programar, sendo que 87% indicaram o desejo de se tornarem programadores. E o aumento foi mais impressionante entre as meninas, entre as quais houve um aumento de 70% em quem passou a ver a computação como opção de futuro”, comemora a diretora de operações da Fundação Micro:bit, Kavita Kapoor. 

“É muito fácil de usar. É possível ensinar uma criança a programar em três minutos, embora para adultos possa levar 10 minutos”, brinca a COO. “O mais importante é ser pequeno. Ele cabe no bolso, pode ser usado no ônibus no caminho da escola, dá para colocar no pulso e levar para casa. Não precisa de outra maquina para usar. É simpático e não somente algo para geeks, mas de que todos meninos e meninas gostam.”

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