TCU: Se passar do ponto, regulação da IA vai fazer mal ao Brasil
Ao abrir o 4º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet, nesta quinta, 6/6, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, destacou a necessidade de o Brasil se posicionar como agente envolvido no desenvolvimento da inteligência artificial.
“Precisamos ter cuidado com que ponto de controle pode ser colocado sobre algoritmos, sobre as bases de dados, um ponto entre a ausência total de controle para um excesso de controle que acabe por desestimular o avanço tecnológico. E aqui está a difícil missão que o Parlamento brasileiro tem”, destacou Dantas.
De olho nesse equilíbrio, o TCU tem experiência direta com a criação e contratação de ferramentas de IA, desde a criação de um sistema, Alice, que varre diariamente licitações e contratos em busca de irregularidades; até saltos mais recentes com IA generativa.
“A experiência nos empurrou para uma nova aventura e desenvolvemos a nossa própria ferramenta de inteligência artificial, o chatTCU, em alusão ao chatGPT, como uma ferramenta de instrução assistida. O Chat TCU lê toda a documentação, faz uma itemização dos assuntos que são e isso está alimentando o nosso sistema. Tínhamos um conjunto de usuários que já se multiplicou por dez. E, portanto, nossa base de dados também está crescendo de maneira generativa”, explicou o presidente do TCU.
Segundo ele, a riqueza de dados fornece novas perspectivas para a atividade de controle, assim como é um manancial de novos serviços. “Temos bases de dados extraordinárias, que cresceram de 77 para quase 200 bases de dados em dois anos. São 200 bases de dados que podem alimentar sistemas que podem dar aos nossos auditores a capacidade de cruzamentos.”
Para ele, é por isso que a regulação da IA precisa de equilíbrio. “Se a nossa regulação passar do ponto, ficaremos excessivamente dependentes de tecnologias estrangeiras. E precisamos estar muito atentos a barreiras para startups, porque é nesse terreno fértil que brotam boas ideias, que brotam novas tecnologias. Queremos é trazer aqueles que estão se dedicando à tecnologia para conhecer as bases de dados, aquelas bases 200 que falei, para pensar soluções que sejam úteis.”