TICs migram para novas tecnologias. Brasil se mantém com software e telecom
O mercado de tecnologia da informação no Brasil avança em ritmo mais acelerado do que a economia nacional como um todo, movimento intensificado na pandemia de Covid-19, como mostra um novo estudo lançado nesta terça, 19/7. Mas o documento também serve de alerta: o mundo está em transição para novas tecnologias, enquanto o país segue calcado nos serviços tradicionais de software e telecom.
Ano passado, o mercado mundial de tecnologia girou US$ 5,1 trilhões, número que significa um crescimento de 5,4%. No Brasil, os gastos em TIC foram de US$ 64,4 bilhões, sendo US$ 53,3 bilhões do segmento de software e serviços, o que representou um crescimento de 6,5% sobre 2020. E a alta deve ser ainda maior em 2022, de 8,2%, para US$ 69,7 bilhões.
Segundo aponta o Observatório Softex no relatório ‘Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil: caracterização e trajetória recente’, a força motriz do avanço dessa indústria no planeta é impulsionado pelo crescimento da produção das chamadas ‘Novas Tecnologias’, que expandiram 15,6% desde 2019, elevando a participação no bolo para 20% – em 2018, elas respondiam por 14% do total gasto no setor.
Já no Brasil, a variação registrada em 2021 foi provocada, principalmente, pelo aumento dos gastos em serviços de TI, sobre o qual se estima um incremento de 11,1% no ano. De maneira complementar, a indústria de software cresceu 9,2% ao ano e telecomunicações, 1,9%.
Por ‘Novas Tecnologias’ entende-se segmentos como impressão 3D, realidade virtual, Internet das Coisas e robótica, enquanto as ‘Tecnologias Tradicionais’ são representadas pelos segmentos de Hardware, Software, Serviços de TI e Telecomunicações.
“Nos próximos cinco anos, todo o crescimento nos gastos com tecnologia tradicional deverá ser impulsionado por apenas quatro plataformas: nuvem, móvel, social e big data/analytics. Enquanto isso, as tendências indicam que as economias de custos geradas pela nuvem e automação poderão ser redirecionadas para IA, robótica, AR/VR e blockchain. A segurança de última geração relacionada a novas tecnologias também deve continuar a impulsionar um crescimento significativo”, diz o relatório.
Também destaca as complexidades da cibersegurança e as dificuldades para atração e retenção de profissionais, que poderão fazer com que 76% das empresas de médio e grande porte busquem serviços especializados. Em paralelo, o uso de dados para impulsionar os negócios deve colocar analytics, inteligência artificial/machine learning e o gerenciamento de dados na pauta prioritária de mais de 47% das empresas.
Por fim, a análise de tendências também aponta para a importância do desenvolvimento da internet das coisas, do interesse por equipamentos vestíveis, assim como dos desafios para conciliar as necessidades da transformação digital, da inovação e da redução de custos.