Tribunal de Justiça de São Paulo incorpora a nuvem pública
O Tribunal de Justiça de São Paulo já traçou sua estratégia para a computação na nuvem. Tom Alexandre Brandão, juiz assessor da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo na área de Tecnologia, diz que o tribunal apresenta uma solução de infraestrutura tecnológica bastante robusta para lidar com mais de 20 milhões de processos em andamento. Hoje cerca de 40% dos processos já são digitalizados.
“Como temos uma demanda incrivelmente alta, a proporção dos processos digitais em relação aos físicos tem aumentado exponencialmente. Em alguns meses, a maior parte dos processos se tornará digital. O volume acima de 20 milhões de processos digitais, em andamento, exige uma estrutura de tecnologia muito robusta. Para isso, como todo o mercado, caminhamos para uma arquitetura de tecnologia de nuvem. Já temos uma nuvem privada no tribunal. Nossos datacenters trabalham no conceito de nuvem e todos os estudos técnicos estão nos direcionando para a contratação de nuvens públicas”, afirma Brandão.
Atualmente com dois datacenters, o Tribunal de Justiça de São Paulo mantém uma nuvem privada desde 2014. Essa nuvem privada abarca os sistemas de acompanhamento processual e os processos. Segundo Brandão, a implementação da nuvem privada atendeu totalmente os requisitos da Resolução 211/2015 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui a Estratégia Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Poder Judiciário (ENTIC-JUD).
De acordo com Brandão, na nuvem pública, a ideia, no primeiro momento, é migrar arquivos que não têm necessidade de acesso imediato. Este rol inclui processos já arquivados, arquivos desativados, arquivos de mídia que acompanham os processos. Posteriormente, será a vez de arquivos mais pesados como gravações de audiências, acervos das escolas de magistraturas e da escola dos servidores públicos.
“Estamos analisando a melhor forma de contratação da nuvem pública. Isso inclui a definição dos critérios técnicos, a busca por fornecedores que possam atender a demandas e promover contratação por meio de licitação, nos termos da Lei 8666/93, o que deve ocorrer a partir de 2018. A migração de uma nuvem privada para uma nuvem pública é um grande projeto do Tribunal de Justiça para lidar com o volume gigantesco de dados. Além disso, estamos estudando o uso de inteligência artificial para a identificação de processos, outro projeto para 2018”, antecipa Brandão.