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Anúncios fraudulentos nas plataformas da Meta turbinam golpes com PIX

Estudo do Netlab, da UFRJ, identificou 1.770 fraudes em 11 dias

Anúncios fraudulentos nas plataformas da Meta promoveram desinformação sobre o Pix para enganar cidadãos brasileiros. A conclusão é de um novo estudo conduzido pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que identificou 1.770 anúncios enganosos entre 10 e 21 de janeiro deste 2025, muitos com uso de inteligência artificial para manipular imagens de figuras públicas e induzir usuários a acessarem sites fraudulentos.

Segundo o relatório Danos causados pela publicidade enganosa na Meta: Anúncios fraudulentos promovem desinformação sobre o Pix para lesar cidadãos brasileiros, os golpes se baseiam na exploração de políticas públicas reais e fictícias, como o programa “Valores a Receber”, para convencer vítimas de que teriam dinheiro a resgatar via Pix. Além disso, a revogação de uma norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento de transações financeiras levou a um aumento de 35% no número de fraudes publicitárias, demonstrando como criminosos digitais se aproveitam de mudanças regulatórias para impulsionar suas ações.

O estudo também destaca que um dos principais alvos dos deepfakes foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), cuja imagem foi usada em 234% mais anúncios fraudulentos após o recuo do governo. Outros políticos e jornalistas também tiveram suas imagens manipuladas para dar credibilidade aos golpes.

Para os pesquisadores do Netlab, a controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp “plataformas digitais, como as da Meta, a partir de suas ferramentas de segmentação de anúncios, vêm oferecendo aos criminosos a capacidade de ‘pescar’ suas vítimas ideais, direcionando anúncios fraudulentos com base nos dados de seus usuários”.

“O alcance das fraudes foi maximizado pela utilização das ferramentas de marketing da Meta, que permitem a compra de anúncios segmenta dos de acordo com critérios demográficos, geográficos e interesses dos usuários, porém a empresa não oferece transparência sobre esses dados. Além disso, a falta de controle e segurança contra a publicidade enganosa das plataformas da Meta as tornam ambientes propícios a crimes digitais, principalmente em países do Sul Global, onde as leis locais são frequentemente negligenciadas pelas redes sociais”, diz o estudo.


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