Associação de OTTs quer mostrar que Brasil pode ter as suas próprias ‘Netflixs’
A Associação Brasileira Over-The-Top, Abott’s, desembarca no mercado nacional para mostrar que o País tem espaço para ir muito além da Netflix, que está em negociação para ser associada da recém-criada entidade. Em entrevista ao portal Convergência Digital, o presidente da entidade, Alexandre Britto, disse que o País comporta entre cinco a sete distribuidoras de conteúdo de streaming.
“Há empresas nacionais capacitadas. Precisamos é ter espaço para mostrar. A Abott’s nasceu para isso. Nenhuma entidade (Abrint, NeoTV, ABTA, Abranet) são específicas com esse tema”, explica. A entidade nasce com uma prioridade emergente na agenda: impedir a bitributação do serviço, com a cobrança de ISS e ICMS, como acontecerá a partir de abril, em São Paulo. “Tanto imposto pode inviabilizar um negócio que terá uma demanda explosiva”, observa Britto.
Outros pontos são cruciais: a incerteza sobre o futuro regulatório do setor e a disponibilidade de infraestruturas de rede, principalmente, a “última milha” para transporte dos sinais OTT. “Ainda há muitas cidades sem uma última milha de qualidade para o streaming. Já começamos a conversar com os provedores para estabelecer acordos”, antecipa o presidente da Abott’s.
O manifesto lançado na cerimônia de lançamento da entidade, realizado nesta quinta-feira, 01/03, em São Paulo, explica que a Abott’s nasceu da necessidade das empresas OTTs de garantir o diálogo com o Governo, Congresso Nacional e Sociedade Civil por meio de representação setorial que “promova os objetivos sociais e de apoio permanente a diversos segmentos de acordo com suas características próprias e de multiplicidades de atuação específicas e cadeia de valor”. A Associação também afirma que buscará unir os profissionais liberais autônomos, acadêmicos e estudantes que atuam como pesquisadores ou profissionais nas áreas de Internet.
A primeira diretoria é composta por Alexandre Britto, presidente (ABX Consulting), Claudio Lessa, vice-presidente (TV2U International), Everton Alves, Diretor de Plataformas e de Distribuição (SambaTech), Eveline Lessa, Diretora Administrativo-Financeiro (TV2U Internacioinal), Kaco Cardozo, Conselheiro Fiscal (PlaceBiz), Flavio Da Matta, advogado, (Diretor de Relações Institucionais e Jurídico.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria Frost & Sullivan, a demanda OTT, em 2018, deverá aumentar consideravelmente devido ao uso de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, em 2013, a receita do mercado de vídeo OTT chegou a marca de US$ 96 milhões, e a projeção para 2018 é que atinja US$ 783 milhões.