Autoridade de Dados burocrática vai matar a inteligência artificial
Todo cuidado será pouco com a montagem do quadro diretor e técnico da Autoridade Nacional de Proteção de Dados sob o risco de ‘ferrar’ o avanço da Inteligência Artificial no Brasil, adverte o professor da Universidade Federal de Goiás, Anderson Soares. Em entrevista ao Convergência Digital em pauta, o especialista foi taxativo: ‘muita regulação vai matar a Inteligência Artificial no Brasil. IA precisa de dados para acontecer. Não defendo todos os dados abertos, mas precisamos entender que cercear o acesso aos dados vai bloquear o desenvolvimento da IA”.
Soares classifica o texto atual da Lei Geral de Proteção de Dados como ‘morno’, mas teme que mais à frente, em nome da defesa da privacidade, o desenvolvimento da inteligência artificial venha a ser prejudicado no País. “A nossa Lei foi baseada na GDPR europeia, mas não significa que ela é boa. O europeu pensa diferente do asiático, do norte-americano e do latino. Por definição, o dado tem ser aberto”, adiciona.
Polêmico, o professor diz que, hoje, o melhor lugar do mundo para o desenvolvimento de inteligência artificial é a Ásia, em especial a China, uma vez que lá os dados pertencem ao Estado. “É claro que tenho ciência de que o governo é dono por conta do regime, mas a verdade é ao cercear o acesso aos dados com muita regulação, está se bloqueando o desenvolvimento da Inteligencia Artificial”.
No caso do premiado caso de uso das Johnson & Johnson, os dados usados foram os financeiros, lembra que foi um caso único, inédito e, por isso, mesmo uma iniciativa brasileira sagrou-se à frente de outras de universidades tracionais como a norte-americana Stanford. “De novo, não defendo todos os dados abertos. Mas não podemos matar a inovação. Não podemos ferrar a Inteligência artificial”. Assistam o professor Anderson Soares.