Brasil precisa migrar mais rápido para o IPv.6 por risco às aplicações 5G
Huawei, Anatel e Inatel, com o apoio do Softex, lançaram no Mobile World Congress, um artigo técnico sobre IPv.6. O Brasil está atrás do Uruguai e do México na América Latina e ocupa a 22ª posição no ranking mundial. "Podemos fazer mais. Os provedores de conteúdo são o grande gargalo", afirma o superintendente da Anatel, Vinícius Caram.
O Brasil precisa acelerar ainda mais a migração para o IPv.6 para acelerar as aplicações 5G.a Hoje já são 4200 equipamentos IPv6 certificados pela Anatel e quase 50% do tráfego já está sendo em IPv.6. Mas há muito por mudar e os provedores de conteúdo têm sido o grande gargalo, revelou o superintendente da Anatel, Vinicius Caram, ao participar nesta segunda-feira, 26/02, do lançamento do artigo técnico sobre IPv6 no Brasil, produzido pela Huawei, pela Anatel e pelo Inatel, com apoio da Softex, durante o Mobile World Congress 2024.
“A criação do IPv6 (Internet Protocol Version 6) foi a resposta das instituições de padronização multilaterais para as novas demandas por conectividade, o aumento exponencial no número de dispositivos e o surgimento de tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), a Inteligência Artificial e o Cloud Computing”, explicou Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei. “Apesar dos esforços do ecossistema de telecomunicações como um todo, ainda percebemos uma demora, principalmente entre os provedores de conteúdo, em adotar o novo padrão. Isso pode gerar atrasos na implantação de serviços que têm como base as tecnologias 5G”, disse.
Para o professor Carlos Nazareth, diretor do Inatel, além da ampliação exponencial de números de endereços de IP, o novo padrão apresenta vários benefícios. “O avanço da tecnologia corrige limitações anteriores e representa melhorias positivas para o mercado. A configuração é mais simplificada, há mais segurança, qualidade e apoio à inovação, mais adequada às necessidades atuais de transição para conectividades ultrarrápidas”, explicou.
O Brasil ocupa o 3º lugar em adoção do IPv6 na América Latina, atrás do Uruguai e do México, e está na 22ª posição no ranking mundial. “O IPv4 está esgotado, além de ser uma tecnologia defasada para as necessidades atuais”, afirmou Vinicius Caram, superintendente da Anatel. “Por isso, buscamos políticas que aumentem a adoção do novo padrão, principalmente entre os pequenos provedores de internet”, explicou.
A taxa de adesão brasileira atual está perto de 50%. “A fim de encorajar o mercado, sugerimos no artigo metas de desenvolvimento para 2025, 2027 e 2030. Além dessas, elencamos também medidas como construir uma plataforma de monitoramento, incentivar operadoras e empresas a adotarem soluções inovadoras aprimoradas em IPv6 e fortalecer os aspectos de segurança cibernética da infraestrutura”, ressaltou.
Para Lauria, da Huawei, a adoção do IPv6 também é um termômetro do atual desenvolvimento da economia digital brasileira. “O IPv6 traz mais qualidade, agilidade e segurança para setores importantes, como operadoras, serviços públicos e cidades inteligentes, instituições financeiras, energia, manufatura, transporte, educação e agricultura. Por isso, para uma garantia maior de competitividade e produtividade, sua adoção é altamente recomendada”, finalizou.
Dados do NIC.br revelam que o IPv6 completou 15 anos no Brasil, em dezembro passado. A primeira alocação de IPv6 no Brasil se deu em dezembro de 2007, que a obrigatoriedade de suporte para IPv6 nos aplicativos para App Store ocorreu no começo de 2016 e que, em 2020, foi designado o último bloco de IPv4.
* Ana Paula Lobo viajou a Barcelona, na Espanha, a convite da Huawei do Brasil