Uma eventual taxa de rede para grandes provedores de conteúdo na internet pode afetar um público grande que depende do ensino à distância para garantir um diploma e a chance de uma renda melhor.
O alerta foi de Juliano Griebeler, sócio e diretor de relações institucionais e de sustentabilidade da Cogna Educação e vice-presidente da Anup, Associação Nacional das Universidades Particulares, ao discutir o tema durante o Internet Summit, promovido pela Aliança pela Internet Aberta, uma união de big techs, pequenos provedores e usuários empresariais.
“Na realidade brasileira, ensino à distância é muito importante para democratizar e interiorizar a educação. Hoje, dos 10 milhões de alunos no ensino superior, pouco mais de 5 milhões estão na rede presencial, 4,9 milhões no ensino à distância. E mesmo os cursos presenciais podem ter 40% da carga EaD”, disse Griebeler.
Segundo ele, um custo adicional sobre a rede afeta justamente um público com maior dificuldade de arcar com ele. “O perfil do aluno EaD é 90% nas classes C, D e E, trabalha de dia e estuda à noite, muitas vezes não conseguiram se formar na idade correta e buscam uma segunda, ou ainda a primeira graduação. Então aumentar o custo da internet significa aumentar o custo para esse aluno que está batalhando por uma capacitação, por um diploma, para uma melhor empregabilidade e renda”, afirmou.