Internet

Conteúdo, programação e dados são capazes de turbinar PIB em R$ 270 bilhões

Existe um potencial de se adicionar USS 70 bilhões ao PIB até 2025 caso haja o desenvolvimento de competências digitais, que resulta em uma maior participação da força de trabalho, redução do desemprego e aumento da produtividade.

O montante foi apresentado por Paula Ayer, sócia da McKinsey, ao comentar a pesquisa Digital Skills Index – Índice de Habilidades Digitais, realizada pelo Google e pela consultoria. “O estudo encontrou uma correlação positiva entre renda e índice de competências digitais. Quanto mais avançada a pessoa estava em competências digitais, mais positiva a correlação; e, quanto maior a pontuação do índice, maior a faixa de renda”, disse a executiva, em coletiva de imprensa.

O “upskilling” pode gerar um aumento de 0,4 ponto porcentual ao ano no Produto Interno Bruto, segundo a McKinsey, o que representa um incremento de mais de 15% no crescimento projetado para o PIB brasileiro nos próximos anos. “É bastante relevante, principalmente, se pegar como referência um estudo que a McKinsey fez que mostrou que a internet é responsável por 2,8% no PIB mundial.

O estudo mostrou que a digitalização tem repercussão direta sobre a renda e as oportunidades de desenvolvimento social do Brasil. No limite, todas as competências combinadas podem ter um impacto de até R$ 380 na renda mensal de um trabalhador, o equivalente a quase 40% do salário mínimo brasileiro. Entretanto, o impacto na renda difere para cada uma das cinco competências do estudo. Enquanto as competências de criação (de conteúdo, programação, manipulação dos dados) tem alto impacto positivo na renda já a partir do nível introdutório, saber manusear os aparelhos não impacta na renda.

Para Ayer, o desenvolvimento de competências digitais é importante para fomentar a participação de mais pessoas na força de trabalho, já que o indivíduo é capacitado para trabalho remoto, pode conseguir adicional de renda com venda de artigos online, participar de aplicativos de mobilidade, fazer vídeos para YouTube etc. Além disto, contribui para a redução do desemprego e aumento da produtividade.


A sócia da McKinsey não quis tecer muitas recomendações acerca de quais deveriam ser as políticas públicas para diminuição do gap de habilidades digitais. Capacitar a população, provendo educação digital começando no básico, é um dos caminhos apontados.

“O ponto de partida para “digital foundation” [base digital], está até que razoável, com penetração alta de smartphones, mas muitos não têm acesso à internet ou só tem por meio de Wi-Fi. A partir do momento que se tem condições básicas para fazer uso, quais são as competências que tem para desenvolver?”, questionou, fazendo referência a começar o trabalho pelos recortes da população que tem menos habilidades. De acordo com a pesquisa, são as pessoas idosas, as mulheres jovens e a população de baixa renda os grupos demográficos com maior lacuna no índice de digitalização. Para Ayer, seria interessante fazer políticas direcionadas a regiões e gêneros específicos. 

Botão Voltar ao topo