Febraban: Super app já existe em cada banco com Open Finance
Após três anos de implantação da infraestrutura necessária e dos ajustes regulatórios, o compartilhamento de dados financeiros promovido pelo Open Finance começa a se converter novos serviços bancários. Para a Federação Brasileira de Bancos, isso é evidenciado pela disseminação de produtos e serviços digitais que já vão além do setor financeiro.
“Hoje temos a plataforma as a service na qual integro diferentes parceiros de negócio e consigo ofertar ao cliente, em um único canal, diferentes produtos. Nada mais é que a integração dos serviços dentro de um aplicativo. Entro no aplicativo do meu banco, faço o financiamento do carro e já contrato seguro, coloco um dispositivo para pedágio ou estacionamento. São parceiros agregadores de serviços dentro de um único lugar”, diz a diretora de inovação em tecnologia bancária e segurança cibernética da Federação Brasileira de Bancos, Carolina Sansão.
Isso não significa, avalia a diretora da Febraban, que vem aí um único super app para substituir todos os aplicativos já oferecidos por cada uma das instituições financeiras. Na prática, porém, o mercado já oferece diferentes super apps.
“O próprio Banco Central diz que não está desenvolvendo um super app. Mas a provocação é válida. Porque o super app já começou. Se você entrar no aplicativo do seu banco, provavelmente consegue ter uma oferta de produtos que ultrapassa os produtos bancários. Isso é um super app, quando desenvolvo uma plataforma na qual consigo me conectar com outros players e oferecer para o cliente muito mais um produto direcionado, um serviço no qual o comportamento ou personalização do cliente direciona”, afirma Carolina Sansão.
“Quando a gente fala de super app, a gente está falando nessa integração de serviços, e isso o mercado já está fazendo. Não acredito muito que vamos ter um único app que vai centralizar. Super app nada mais é do que a gente tem hoje, e cada vez mais pensando em produtos e serviços que podem ser agregados no aplicativo.”
Até aqui são cerca de 40 milhões de consentimentos de clientes, o que a Febraban entende como razoável diante do tamanho do desafio de preparar infra e regras do Open Finance.
“Quando a internet começou a ganhar tração, na década de 1990, a gente não sabia do uso dela. O Open Finance, nesse paralelo, é uma infraestrutura que pode ir muito além com as ofertas, com a criatividade dos bancos. Agora a gente começa a ver apetite para se criar cada vez mais produtos”, completa a diretora da Febraban.