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Globo aumenta capacidade de troca de tráfego para 1,6 terabytes por Copa do Mundo

Uma das maiores redes de distribuição de conteúdo do Brasil, a CDN da Globo se prepara para suportar o aumento de tráfego durante a Copa do Mundo FIFA, que será disputada no Catar, entre 20 de novembro e 18 de dezembro. Durante palestra no IX Fórum 16, realizado online e presencialmente em São Paulo, de 26 a 28 de outubro, Marcos Sant’Anna, gerente de produto e projeto para CDN vídeo na Globo, disse esperam que a qualidade do sinal ao vivo de streaming seja seis vezes maior do que normalmente é para os demais produtos.

“A gente já tem um consumo razoavelmente melhor no horário e a Copa será transmitida em 4K HR, que é mais pesado”, disse. Hoje, o maior pico se dá à noite, mas nos horários em que ocorrerão os jogos já há um tráfego razoável. “Esperamos que o gráfico [do tráfego] mude durante a Copa, vamos ter maior consumo e será mais alto do que temos atualmente à noite”, acrescentou Sant’Anna.   

A Globo colocará mais peering para dentro da plataforma. Claudiney Magno Soares, coordenador de peering e especialista em redes da Globo, salientou que foi criado um portal com indicações para se fazer peering, por meio do qual os ISPs podem solicitar o peering e buscar suporte. 

Distribuição de conteúdo

Até 2019, a Globo contava apenas com dois grandes datacenters — um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro —, além de parceiros. Com cerca de cem emissoras afiliadas, a Globo tinha uma grande preocupação para com a distribuição do conteúdo, até porque somava 10 milhões de mídias de vídeo sob demanda (VoD, na sigla para video on demand). 


“Dado o consumo que tinha, não fazia sentido contar só com aquele tipo de distribuição. O conteúdo também é regionalizado. Então, tínhamos de mudar da estratégia e, a partir de 2019, lançamos estratégia de expansão com ativos próprios e a chave foram as afiliadas”, contou Marcos Sant’Anna, gerente de produto e projeto da Globo.  

A jornada começou por Fortaleza e ganhou corpo. Atualmente, são mais de 150 POPs (pontos de presença), 20 pontos de PNI (private network interconnection) e mais de 20 IXs. “Desenvolvemos três modelos de servidores com capacidade de 9 Gbps até 33 Gbps que são distribuídos. Você pode solicitar cache por meio do gca.globlo.com”, completou. 

GCA é o appliance de cache da Globo. “Entendemos que o Brasil é continental e por isso desenvolvemos os GCAs, porque somente por conexões via IXs a gente não atingiria, por exemplo, um provedor no interior do Mato Grosso. Então, desenvolvemos os GCAs pensando nisso e principalmente o GCA AS, que é a caixa menor, ele foi desenvolvido pensando nos provedores de internet menores e em localidades mais distantes”, detalhou Sant’Anna.  

Com isso, houve melhora na entrega ao longo do tempo. “Tivemos crescimento de 30% na taxa de qualidade de vídeo e ela vai continuar subindo. Também tivemos redução de 50% de buffering”, elencou. Claudiney Magno Soares completou que a Globo tem investido bastante em pontos de conexão, inclusive, no interior do País para chegar a mais provedores de internet e a ISPs que não teriam condição de fazer conexão de cache ou fazer conexão em São Paulo. “Também estamos investindo na infraestrutura do Rio e de SP, abrindo novas opções para dar mais opções para ISPs que queiram fazer PNI com a gente”, acrescentou Soares.  

Entre 2018 e 2022, houve evolução de participação em pontos de troca de tráfego, passando de presença em quatro PTTs, em 2018, para 21 em 2022, sendo 20 no Brasil e um no exterior. Em termos de capacidade também houve incremento, saindo, em São Paulo, de 600 Gigas em 2018 para 1,6 teras neste ano, de olho na Copa do Mundo. 

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