Google, Facebook e Twitter: Nem empresas, nem governo devem arbitrar a verdade
O Comitê Gestor da Internet promoveu um dia intenso discussões sobre o que chamou de ‘desafios da internet no debate democrático e nas eleições 2018’, com claro enfoque do que ultimamente atende por ‘fake news’, mas que vale para conteúdo enganoso, notadamente disseminado pela internet. E se parece haver um certo consenso sobre o tema é de que o comichão legiferante não ajuda.
“É saudável debater a qualidade da informação. Mas com o cuidado de que a gente não tutele aos algoritmos, às iniciativas privadas e muito menos ao Estado o dever de dizer o que é verdade, o que é mentira, o que é informação de qualidade ou não”, resumiu a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Renata Mielli.
Se houve uma manifestação comum aos cinco painéis do seminário, é de que precisam de muita cautela projetos e de lei e mesmo iniciativas como a do Tribunal Superior Eleitoral de regulamentar de alguma forma o combate a conteúdo enganoso. E as principais plataformas de disseminação de conteúdo atualmente correm para fugir da tarefa de riscar onde termina a verdade e começa a mentira.
“Não é papel das empresas privadas arbitrar o que é verdade ou o que não é. Nem sei se deve ser papel de ninguém”, afirma a gerente de políticas públicas do FB no Brasil, Mônica Rosina. “Não devemos ser os árbitros da verdade”, emenda o diretor de políticas públicas do Twitter, Fernando Gallo. “Não temos a reposta. Sempre haverá aqueles que querem enganar ou prejudicar. Mas não existe uma solução só. É preciso iniciativas multissetoriais”, completa o coordenador do Google News Lab, Marco Túlio Pires.