Google vai usar ferramentas de propaganda para achar potenciais terroristas
Na esteira dos novos atentados classificados com terroristas na Europa, a Google anunciou novas medidas para identificar vídeos relacionados a terrorismo e extremismo no YouTube, a partir do que foram apontadas como melhorias no sistema de classificação automática de conteúdo. Mais do que isso, promete usar ferramentas da publicidade online para encontrar potenciais terroristas e impedi-los antes mesmo que sejam recrutados.
“Vamos devotar mais recursos de engenharia para aplicar nossas mais avançadas pesquisas em aprendizado de máquinas para treinar novos ‘classificadores de conteúdo’ que nos ajudem a mais rapidamente identificar e remover conteúdo relacionado a extremismo e terrorismo”, escreveu no blog da empresa o diretor jurídico da Google Kent Walker, em nota publicada no domingo, 18/6.
Entre as medidas, a Google vai “aproveitar o poder da publicidade direcionada para alcançar potenciais recrutas do Isis e redirecioná-los para vídeos antiterroristas que possam fazê-los mudar de ideia sobre se juntar [ao Isis]”. Na prática, trata-se de ampliar um programa chamado “Método de Redirecionamento” que teve uma espécie de ‘piloto’ no ano passado no qual teria identificado 320 mil pessoas e bombardeado sobre eles 500 mil minutos de vídeos para dissuadir eventuais recrutas do chamado ‘Estado Islâmico’.
A Google também anunciou que vai aumentar o número de pessoas que avaliam conteúdos. “Máquinas podem ajudar a identificar vídeos problemáticos, mas experts humanos ainda exercem um papel nas decisões sutis sobre a linha entre propaganda de violência e discursos religiosos ou de interesse jornalístico”.
As medidas envolvem o que a empresa chamou de “abordagem mais dura” sobre vídeos que não violam políticas do YouTube. “Por exemplo, vídeos que contenham conteúdo inflamatório religioso ou supremacista. “No futuro eles terão alerta e não serão monetizados, recomendados ou elegíveis para comentários ou aprovação de usuários. Isso significa que esses vídeos terão menos engajamento e serão mais difíceis de encontrar”, descreveu Walker.