Internet

Internet inclui mais 240 milhões de usuários em 2025, mas 2,2 bilhões seguem offline

Nos países ricos, 94% da população está online; nos de baixa renda, apenas 23%.

O mundo ganhou mais de 240 milhões de novos usuários de internet em 2025, segundo o relatório Facts and Figures 2025, divulgado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). As estimativas mostram avanço contínuo na expansão da conectividade global, mas também revelam desigualdades significativas na qualidade do acesso – fator decisivo para determinar como cada usuário se beneficia das tecnologias digitais.

O levantamento aponta que 6 bilhões de pessoas estarão conectadas em 2025, o equivalente a cerca de três quartos da população mundial, acima dos 5,8 bilhões estimados para 2024. Apesar do progresso, 2,2 bilhões permanecem offline. A maioria vive em países de baixa e média renda, onde o acesso continua limitado por custos elevados, infraestrutura insuficiente e barreiras de capacitação digital.

A secretária-geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, destacou que a conectividade plena depende não apenas do acesso físico, mas também da velocidade, confiabilidade, preço e habilidades digitais. “Em um mundo onde as tecnologias digitais são essenciais para a vida cotidiana, todos deveriam ter a oportunidade de se beneficiar da conexão online”, afirmou. Segundo ela, essas diferenças definem as novas fronteiras da exclusão digital.

O relatório traz, pela primeira vez, uma estimativa global de assinaturas 5G: cerca de 3 bilhões, ou um terço das assinaturas de banda larga móvel no mundo. A cobertura 5G deve alcançar 55% da população global em 2025, mas sua distribuição é profundamente desigual. Nos países de alta renda, 84% da população têm acesso à tecnologia; nos de baixa renda, apenas 4%. Embora redes 3G e 4G estejam amplamente disponíveis, elas já não acompanham as demandas de tecnologias emergentes.

As disparidades também se refletem no uso. Um usuário de país rico consome, em média, quase oito vezes mais dados móveis do que alguém de região pobre, evidenciando não só diferenças de infraestrutura, mas também de capacidade de aproveitar serviços digitais mais avançados.


A acessibilidade econômica continua sendo um dos principais entraves. Embora o preço mediano de pacotes de banda larga móvel tenha diminuído globalmente, o serviço segue inacessível em cerca de 60% dos países de baixa e média renda. Ao mesmo tempo, a UIT observa que, enquanto habilidades digitais básicas são relativamente difundidas, competências mais avançadas – como segurança online, resolução de problemas e criação de conteúdo – evoluem em ritmo lento.

Cosmas Luckyson Zavazava, diretor do Bureau de Desenvolvimento das Telecomunicações da UIT, reforçou a importância de políticas públicas baseadas em dados para enfrentar esses desafios. “Conectar o mundo exigirá esforços contínuos e bem direcionados em infraestrutura, capacitação digital e sistemas de dados”, afirmou. “Só assim garantiremos que ninguém fique para trás e que todos possam usufruir, com segurança, das oportunidades da era digital.”

O relatório reafirma que o desenvolvimento digital segue profundamente influenciado por fatores econômicos, geográficos e sociais. Nos países ricos, 94% da população está online; nos de baixa renda, apenas 23%. A desigualdade também aparece entre gêneros, com 77% dos homens conectados, ante 71% das mulheres; e entre áreas urbanas e rurais, onde a diferença é de 85% contra 58%. Jovens de 15 a 24 anos permanecem como o grupo mais conectado, com 82% de uso, acima dos 72% verificados no restante da população.

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