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NIC.br: IPv6 parou no comércio eletrônico, bancos e governo

"Quase nada dos sites de governo está em IPv6”, diz Antonio Moreiras

A implementação do IPv6 estacionou nos 50% depois de um período de avanço que colocou o Brasil um pouco acima da média mundial. Mas como alerta o gerente de projetos NIC.br e coordenador do IX.br, Antonio Moreiras, já são mais de 10 anos de gambiarras para a sobrevida do IPv4 e isso prejudica a internet no país.

“Hoje, a gente está com 50% dos usuários com IPv6, o que é um pouco acima da média mundial. As operadoras grandes tem quase 100% de adoção e a maioria dos pequenos começou a implementação em suas redes. Mas a gente vê muitos setores parados. Muita pouca adoção no lado dos serviços e conteúdos, principalmente em comércio eletrônico, mercado financeiro, governo – quase nada dos sites de governo está em IPv6”, disse Moreiras.

Diante dessa aparente estagnação, a Anatel recriou um grupo, formado originalmente em 2014, para incentivar a implementação do IPv6. “O grupo da Anatel foi extremamente importante para que as grandes operadoras de telecom adotassem IPv6. E existe um papel para mais atores ajudarem para incentivar, porque o IPv6 é bastante importante, a internet precisa migrar para ele. Hoje vivemos à base de um paliativo de compartilhamento de IPv4, que traz uma série de problemas”, lembrou.

O CGNAT é a gambiarra que permite o compartilhamento de endereços como forma de lidar com o fim dos IPv4. “Compartilhar endereços IPv4 traz problemas operacionais, custos invisíveis, softwares mais complexos e caros, operadores de rede têm que ter mais equipamentos, a internet fica mais lenta e tem problemas para identificação do usuário quando ela é necessária. Às vezes o próprio pessoal técnico se acostumou com  eles, mas existem e são graves. E com o crescimento da internet, a única solução viável é o IPv6.”


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