Provedores Internet pagam US$ 60 por IPv4 no mercado negro
O Brasil quase chegou aos 50% de migração do IPv4 para o IPv6, adianta o gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br, Antonio Moreiras. Mas apesar do avanço, o ritmo ainda está aquém do necessário, uma vez que os endereços IPv4 já estão esgotados, ou melhor, começam a ser vendidos num ‘mercado negro’ por quase 60 dólares, quando até o esgotamento do endereço não custavam mais de US$ 5, revelou o diretor de Desenvolvimento do NIC.br, Milton Kashiwakura.
“Está saindo caro manter o IPv4. O certo é migrar o quanto antes. É bom do ponto de vista financeiro e também do técnico”, aconselha Kashiwakura. o ano de 2023 marca os 25 anos da criação do IPv6 e 15 anos do projeto IPv6.br, além de cinco anos da RFC 8200 que torna o IPv6 padrão na rede. Os endereços IPv4 esgotaram na América Latina ainda em 2022.
“As grandes operadoras e os grandes provedores Internet já estão com suas redes 100% IPv6. Mas temos de andar nos provedores Internet e com os provedores de conhteúdo de menor tamanho. Nesses ainda temos muito IPv4”, adicionou Antonio Moreiras. O especialista afirma que os provedores Internet que migraram contabilizam ganhos técnico e financeiro.
“Na parte técnica, a migração eliminou uma série de problemas. O IP no IPv6 é único. No IPv4 é compartilhado, o que causa problemas às aplicações. Também não há mais a necessidade de comprar equipamentos CGNAT”, ressalta. Antonio Moreiras participou da Convenção Abranet 2023, que acontece de 21 a 24 de setembro, em Touros, no Rio Grande do Norte.
