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São Paulo quer sistema único para gerir emaranhado de cabos e redes

O ordenamento das redes, sejam aéreas ou subterrâneas, é cada vez mais urgente para resolver o problema do emaranhado de fios nos postes, muitos deles em decorrência da ocupação clandestina, e do congestionamento dos dutos no subsolo. O tema foi mais uma vez debatido em workshop realizado na Fiesp, nsta quarta-feira (18/7).

No evento, representantes da prefeitura, da Eletropaulo, do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) trataram de soluções tecnológicas e padronização de procedimentos para a execução de projetos, obras e fiscalização. Também abordaram as necessidades de realização de planejamento integrado e compartilhamento da infraestrutura das redes aéreas e subterrâneas.

Representando Vitor Levy Castex Aly, secretário da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) do Município de São Paulo, Marcos Romano, explicou que a prefeitura criou um grupo interno com a presença de algumas empresas de telecomunicações para entender as necessidades decorrentes das novas tecnologias e como os projetos devem ser encaminhados. 

Romano aproveitou o encontro com o setor para compartilhar detalhes do projeto GeoConvias, que está mudando de nome para GeoInfra, mas segue com o objetivo  de ter registrado em um sistema único toda a infraestrutura da cidade, seja aérea, seja subterrânea. Como benefício, Romano citou a disponibilização da base de dados georreferenciados unificada das instalações das permissionárias.

A prefeitura está, inclusive, migrando o sistema do Smallworld da GE para uma solução baseada em software livre. “Hoje temos duas redes de telecomunicações cadastradas e temos outros cadastros em fase de formatação”, detalhou. O escopo do projeto é vasto, ressaltou Romano, explicando que apenas neste ano as empresas de telecom apresentaram 350 projetos e outras concessionárias, como a Comgás, têm planos de expansão. “Todas as empresas estão com volume de obra muito grande”, frisou.


Para Carlos Augusto Kirchner, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp/FNE), os municípios precisam ter papel de protagonistas no combate ao emaranhado de cabos. Kirchner relatou o caso de Bauru, onde a Secretaria de Obras, por meio da Comissão de Infraestrutura Aérea Urbana de Bauru (Coinfra), levo a cabo uma iniciativa de limpeza de cabeamento.

“Sob liderança da CPFL e com participação das empresas de telecomunicações, fizemos um plano de ação para que a totalidade do material que foi abandonado no espaço público aéreo fosse removida e dada a destinação devida”, disse. Com isto, Bauru pretende aumentar a cobertura de banda larga no município, oferecer melhor qualidade dos serviços prestados, efetuar a correção dos desordenamentos de cabos e retiradas de todas as reservas técnicas em desacordo com as normas técnicas.

Cenário de insatisfação

Arrumar a desordem na ocupação dos postes está entre as prioridades da Eletropaulo. O cenário atual é de insatisfação por parte de todos os entes afetados, da população ao poder público. A distribuidora recebe 7 mil ligações por ano reclamando de cabos no chão e direciona equipe para até local. Contudo, conforme explicou Sidney Simonaggio, vice-presidente de relações externas da Eletropaulo, as equipes, ao chegar, constatam que se trata de cabos de telecom.

Simonaggio pontuou que é importante acelerar a velocidade do reparo e que a ausência de notificação da distribuição não elide a responsabilidade dos ocupantes dos pontos. Para dar agilidade ao processo, a empresa criou internamente uma coordenação de compartilhamento de postes, com equipe de fiscalização, operação de campo, análise técnica de projetos, entre outros. 

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