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Banco Central prepara novas regras de governança para o Open Finance

Melhoria na qualidade de informações referentes aos dados de empregador do cliente, para assegurar mais eficiência para portabilidade de salário; Pix automático e Pix por aproximação são alguns dos lançamentos que o Banco Central do Brasil planeja como próximos passos na evolução de open finance. 

A maturidade do sistema financeiro aberto foi tema de debate em painel  realizado nesta terça-feira, 25/06, no Febraban Tech 2024, quando o assessor sênior do departamento de regulação do sistema financeiro do Banco Central, Matheus Rauber, também revelou que o BC planeja para a semana que vem a publicação de atualizações normativas, inclusive, sobre a governança de open finance.

Rauber enfatizou os avanços no compartilhamento de dados de investimento e de câmbio e, na parte de pagamentos, de agendamentos recorrentes e transferência inteligente, agregando a característica de programabilidade. 

Além disso, disse que o BC conduz um trabalho de diagnóstico para entender as dificuldades encontradas pelas empresas. “Um diagnóstico está sendo feito para entender por que as empresas estão tendo dificuldades em compartilhar dados”, alertou.  

Com relação ao processo de portabilidade de crédito e de salário, Rauber não deu datas, mas disse que será “em breve”. Os dados com relação a investimentos também terão o processo aprimorado com vistas a fazer algo semelhante ao feito com a portabilidade de crédito.


Falta adesão

Um consenso entre os painelistas é que as pessoas ainda são receosas em aderir ao open finance e levantam, principalmente, questões relacionadas à segurança e à privacidade dos dados. “Em relação a como estimular o cliente a compartilhar seus dados, são 2 pilares. A primeira coisa é a segurança. O processo é seguro, todas as APIs são criadas com base em padrões internacionais. O segundo ponto é o benefício, porque não adianta criar jornada segura, se cliente não tiver benefícios”, apontou Matheus Rauber, do Banco Central. 

Para Fellipe Marques, sócio de tecnologia do BTG Pactual, open finance surgiu em um momento quando as empresas têm capacidade de lidar com a enorme quantidade de dados, mas as pessoas ainda guardam preocupações em compartilhar seus dados. Isso vem sendo endereçado com campanhas institucionais mostrando bom uso dos dados. “A gente vem ofertando alguns serviços do BTG Banking, como um criado para te lembrar a pagar conta que está para vencer. Antes só conseguíamos mostrar a vida financeira do cliente com o cartão nosso e, hoje, com open finance, expandimos para os outros”, exemplificou.  

Paulo Barbosa, gerente de relações e inovações regulatórias do Itaú Unibanco, defendeu que, primeiramente, é preciso entender como alavancar o compartilhamento de dados, proporcionando uma oferta de valor para os clientes. “É a hiperpersonalização e tem ferramenta fundamental para isso que é a GenAI, que podemos usar para alavancar ainda mais este uso”, disse Barbosa, acrescentando que o banco sempre trabalhou com dados, mas open finance elevou isso. 

É, portanto, importante entender a necessidade e a dor real e relevante do cliente naquele momento. “Não é oferta pela oferta”, assinalou, incluindo que, quanto mais dados, mais serviços, mais estabilidade e mais maturidade do ecossistema, será possível um melhor direcionamento. “Entendendo o status de vida dele, sabemos qual é a necessidade dele e open finance vem para nos ajudar nesta alavanca, beneficiando o cliente, já que a própria instituição vai personalizar a situação”, explicou. 

Em 2023, o sistema ultrapassou 42 milhões de consentimentos ativos, alta de cerca de 97% na comparação com o ano anterior. Desses 42 milhões, 27,7 milhões (ou cerca de dois terços) são consentimentos únicos — ou seja, pessoas físicas (CPFs) ou empresas (CNPJs), de acordo com dados recém-divulgados no relatório anual do Open Finance, ou seja, pouco mais de 15% dos usuários de serviços bancários compartilham os dados no Open Finance.

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