Mercado

Banco Central: tokenização chega com piloto de moeda digital em 2023

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a moeda digital desenhada pela autoridade monetária terá “stablecoins” emitidos por instituições financeiras em cima de depósitos, garantidos pela autarquia. Segundo ele, o projeto piloto deve ficar pronto no começo do segundo semestre de 2023.

“Os bancos vão criar stablecoins em cima dos depósitos. E esses stablecoins vão ser garantidos pelo Banco Central, um para um, em uma moeda digital. Então você vai ter stablecoins do banco A, B e C, todos são fundíveis, todos têm o mesmo valor e todos podem ser convertidos na moeda digital emitida pelo Banco Central”, disse durante o evento “DrumWave Day”, nesta sexta-feira, 30/09, em São Paulo.

Stablecoins, ou moedas digitais estáveis, são criptoativos de baixa volatilidade, que têm lastro em ativos mais seguros. No caso da moeda digital, será garantida pelo BC. Campos reforçou que o objetivo é “gerar movimento de tokenização” e que o real digital deveria ser criado sem afetar o balanço dos bancos. “É uma pergunta que até hoje não foi bem respondida”, disse.

Já são parceiros selecionados, entre outras empresas, a Febraban, bancos como Itaú Unibanco e Santander, desenvolvedores de tecnologia como Microsoft, Tecban e CPqD, além de consultorias, entre outras empresas. O presidente do BC lembrou que outros reguladores falaram em limitar a conversão de moeda física para digital e aplicar juros negativos, por exemplo, mas que ele não considerou boas soluções.

“A gente já tem um sistema que faz isso em nível não digital, que é o STR [sistema de transferência de reservas]. Basicamente o que você faria é adicionar uma nova camada de liquidação do STR no mundo digital. A vantagem é que eu já tenho regulação de depósitos, então me economiza muito tempo em termos de ter que fazer uma nova regulação”, complementou. 


Campos afirmou que a moeda digital vai gerar “uma intermediação financeira mais barata” com impacto no spread de crédito. “No fim das contas é uma parceria público-privada porque os bancos vão desenvolver um pedaço da tecnologia”, ressaltou.

Pix chega a marca de R$ 1 trilhão

O Pix segue crescendo no Brasil, seja em termos de adoção – o número de chaves registradas alcançou 478,4 milhões em agosto último – ou de volume. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revelou que apenas no oitavo mês do ano, o valor transacionado usando o pagamento instantâneo foi de R$ 986 bilhões, se aproximando da impressionante marcar de R$ 1 trilhão.

Enquanto isso o valor médio de cada transação caiu para R$ 449, o que segundo o economista revela uma democratização do sistema. Ou seja, transações de valores menores tem puxado a média para baixo na série histórica, iniciada em novembro de 2020, quando o Pix foi lançado pelo BC.

*Com agências de notícias

Botão Voltar ao topo