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Brasil lidera o uso de Inteligência Artificial dentro da Google

Presidente do Google, Fábio Coelho, revelou que já processa mais de 480 trilhõe de tokens por mês. Em 2024, foram 9,7 trilhões de tokens.

Cobertura especial . Febraban Tech 2025

A inteligência artificial é a quinta grande onda de transformação tecnológica que está acontecendo no mundo nos últimos 30 anos. “A IA é uma tecnologia de propósito geral; estamos entrando em uma era de revolução cognitiva”, destacou Fábio Coelho, presidente da Google Brasil, ao palestrar nesta quinta-feira, 12/6, no Febraban Tech 2025, acrescentando que, pela primeira vez, os consumidores e as pequenas e médias empresas estão à frente na corrida tecnológica.

O executivo ressaltou que fazer o Brasil ter protagonismo em novas tecnologias passa por investimentos em pesquisa e desenvolvimento, para que o País deixe de ser apenas consumidor e passe a ser produtor de tecnologia.

Ao completar 20 anos de Brasil, a Google espera lançar em março de 2026 seu novo Centro de Engenharia, fruto de uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e para o qual deve contratar entre 300 e 350 engenheiros. O primeiro centro fica em Belo Horizonte, que foi também o ponto de chegada da Google no Brasil em 2005. “Precisamos de mais investimentos no País. Hoje 1% do PIB do Brasil é investido em P&D, contra 3% dos EUA”, disse.

IA na revolução cognitiva
Ao fazer um balanço, Coelho destacou que a democratização começa pela universalização do serviço da telefonia celular e segue ao ampliar o acesso à mídia de muitos para muitos, com a fragmentação do mainstream. “Só empresa grande podia fazer mídia, mas a digitalização explodiu e hoje mais de 50% da mídia brasileira já é digital.”

A terceira fase foi a do empreendedorismo, que ganhou escala com o digital, possibilitando o surgimento de milhares de startups. Depois, a inclusão financeira, impulsionada pela mobilidade, ampliou o mercado. Por fim, a inteligência artificial agrega modelos de assistência, criação, agentes e suporte em escala disponibilizado em tempo real para todo mundo.


“Na Google, o Brasil é o país no qual a inteligência artificial está sendo adotada de forma mais rápida. Neste ano, estamos processando 50 vezes mais que no ano passado”, assinalou. Em 2024, a Google processou 9,7 trilhões de tokens por mês em seus produtos e APIs. Agora são mais de 480 trilhões. Além disso, cerca de 7 milhões de desenvolvedores já estão criando com Gemini, o que representa cinco vezes mais que em 2024, e o uso do Gemini no Vertex AI cresceu 40 vezes.

O app do Gemini tem cerca de 400 milhões de usuários ativos mensais. Segundo Coelho, a Google observa crescimento forte e alto de engajamento com a série 2.5, especialmente o Pro. E, para aqueles que usam este modelo no app do Gemini, o uso aumentou 45%.

“Microempreendedores individuais e PMEs estão usando IA em escala: 74% das PMEs brasileiras já usam inteligência artificial em seus negócios”, frisou. O uso tem sido para automatização de tarefas de repetição, revisões de documentos e apoio à criação de conteúdo em redes sociais. De acordo com a Google, as PMEs veem a IA como um apoio na rotina do dia a dia, já que nem sempre contam com um time grande e recursos.

Coelho destacou que é preciso avaliar a inteligência artificial principalmente em áreas emergentes como ciência, informação – “quanto mais respostas, mais perguntas; 15% de todas as buscas por dia são novas”, disse – e futuro do trabalho.

“Temos de ter clareza de que no centro de tudo temos uma mudança, a de que são agentes que têm a inteligência artificial com currículo. Estamos a um passo de ter pequenos humanóides”, ressaltou, chamando atenção para a necessidade de as pessoas trabalharem junto com a tecnologia e não tentando evitá-la.

Trata-se, segundo Coelho, de como adaptar a forma de trabalhar para ficar mais eficiente com o uso de inteligência artificial. Finalizando a palestra em tom otimista, o presidente da Google defendeu que a grande oportunidade do Brasil está na transição tecnológica e em áreas como agricultura, clima e energia. Mas, para tanto, é preciso fechar a lacuna educacional, ter visão de desenvolvimento e fomentar um ambiente de valorização do brasileiro.

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