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Cisco descarta abandonar MPLS e diz que Cloud, CDNs e 5G abriram o apetite por redes

A Cisco descartou abandonar o IP MPLS, mas há uma busca por uma atualização dessas infraestruturas por conta do cloud first, adiantou o presidente da Cisco Brasil, Ricardo Mucci. Segundo ele, a busca por um backbone IP, em especial um core mais robusto, mobiliza o mercado. 

A Telebras, que enfrentou problemas com a própria Cisco em dois roteadores – antigos e já fora de contrato de manutenção – no atendimento ao INSS/Dataprev, fez uma licitação para atualizar o seu core afirmou Mucci, em entrevista durante o Cisco Connect 2023, realizado na semana passada, em São Paulo.

O executivo destacou ainda o recém-acordo fechado com a V.tal, que possui uma rede neutra de 450 km de fibra herdados da Oi e que precisa revitalizar a sua infraestrutura. Mas tem na gestão dos ativos o seu maior gargalo. “A V.tal conta com mais de 200 pessoas na gestão de ativos complexos e distintos”, relata o presidente da Cisco Brasil.

A ida para o Cloud First e as CDNs, que se multiplicam para reduzir a latência, também é comemorada pela fabricante. Segundo  Mucci, o fato de as operadoras começarem a oferecer para seus clientes corporativos cloud com a infraestrutura, assim como acordos de revenue share e gain share com empresas de CDN do exterior, como a Qwilt com CDN para Disney em parceria com Algar e Oi.

Se adequar aos novos tempos é imperativo. Tanto que a Cisco tem avançado com o modelo de consumo na relação com os clientes, que pagam apenas pelo que consomem. “Isso permite que ele (empresário) faça essa migração gradativa e pague conforme for consumindo. Faz muita diferença, principalmente, no mercado enterprise”, relata.


Sem rede, sem aplicação

Se a aplicação é o centro das atenções nas corporações, a VP da Cisco para Americas, Rachel Barger, é taxativa: sem rede, não há aplicação. “Não se pode minimizar o papel da rede no digital. A infraestrutura é a alma de tudo”, observou a executiva. Em entrevista ao Convergência Digital, Rachel Barger, deixou claro que a Cisco é cada vez mais uma empresa de software, mas o hardware terá sempre o seu lugar estratégico. “Nós somos a soma do hardware e do software”, resume.

Com relação às novas tecnologias, Rachel Barger enfatizou que a Cisco não vai ficar fora desse mercado de Inteligência Artificial. E aqui, mais uma vez, a rede é o centro da estratégia. Segundo a executiva, a Cisco tem uma posição única para tirar proveito dos dados e da IA, uma vez que analisa e alerta sobre anomalias em uma rede. ” Olhar grandes volumes de dados e separar ruído de alertas de ameaças reais é uma missão que temos toda a capacidade de fazer”, completou.

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