Com salto de 3000% na venda de certificado digital, Soluti terá assinatura avançada do Governo
O governo não pode ser o único mercado estruturador para massificar a certificação digital, mas é essencial que mais serviços públicos usem a certificação digital para dar garantia legal ao cidadão, afirma o diretor comercial da Soluti, Júlio Mendes. Em entrevista exclusiva ao Convergência Digital, o executivo diz que a empresa- que hoje está com 34,5% do market share – está pronta para aderir ao modelo de assinatura avançada, que virá na transformação digital do governo.
“Temos uma plataforma open source já estruturada para atender essa demanda e, que, hoje já é usada por cerca de 6 mil usuários em teste. Mas temos que alertar: uma assinatura simples não pode ter a mesma validade legal de uma avançada. ( a proposta está na MP 953) Até para que o ônus da prova não passe ser do cidadão, o que será uma inversão nociva. O certificado é a melhor ferramenta de cidadania digital, mas, nós, que trabalhamos na área não fizemos o nosso dever de casa direito. Precisamos mostrar que o certificado digital agrega valor”, alerta.
A telemedicina trouxe um avanço considerável aos negócios da Soluti. O salto da venda de certificados chegou a 3000% apenas por conta de um serviço de prescrição digital. “Em janeiro, o nosso modelo tinha cinco mil de receitas emitidas digitalmente, em junho, passamos para 1,5 milhão. Temos 71 mil médicos usando o nosso produto, o Bird ID, o que é pouco. São 650 mil médicos no Brasil e no todo apenas 150 mil usam o certificado digital”, relata Mendes. A conquista de novos segmentos, aliás, é pilar da estratégia para o futuro da Soluti, uma empresa 100% nacional.
“O Governo é essencial para o certificado digital, mas não podemos ter a nossa identidade associada apenas ao governo. O certificado não é chato, não é burocrático e já teve o seu custo reduzido à metade, mesmo não sendo usado como se poderia. O certificado em nuvem está chegando, mas ainda não é o principal meio de venda, mas o será. Ele vai estar no celular, onde for possível”, relata Mendes. Para o segundo semestre, a expectativa é de mais saltos nas vendas com mercados ainda não atendidos, como aconteceu com a telemedicina.
O diretor da Soluti conta que a empresa recém-venceu uma licitação em um laboratório de grande porte com mais de 3000 mil médicos para o uso de certificado digital e assinatura digital avançada. “A assinatura digital tem um custo menor do que um outsourcing de impressão. O custo da assinatura digital é de R$ 0,05, enquanto o outsourcing é de R$ 0,007. O custo do certificado digital caiu de R$ 150 antes da pandemia para R$ 75,00. Se massificar, cai ainda mais. Mas não se pode esperar o cliente. Precisamos ir atrás”, insiste.
Hoje o Brasil tem cerca de 9 milhões de certificados digitais ativos, a maior parte nas empresas, um número muito abaixo do idealizado quando a tecnologia despontou e se criou a ICP-Brasil. Mendes conta ainda que um dos maiores orgulhos da Soluti foi ter doado 1000 certificados digitais para o prontuário eletrônico do Hospital de Campanha da Fiocruz no combate à Covid-19.