Mercado

Com vendas em baixa, mercado reduz preços de notebooks em até 27%

Em 2022, o mercado de PCs vendeu 2% menos aparelhos do que em 2021, gerando uma receita de R$ 33 bilhões, que é 10% menor do que a de 2021. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram comercializados aproximadamente 8,6 milhões de computadores, sendo cerca de 6,51 milhões de notebooks e 2,04 milhões de desktops. 

Os notebooks tiveram queda anual de 7%, mesmo com redução nos preços. Ao longo do ano, o preço médio de um notebook foi R$ 3.946, ou 10% menos que na média de 2021. No último trimestre do ano passado, porém, houve cortes ainda maiores, de até 27%, com o preço médio caindo para R$ 3.430. Entre os desktops, o preço médio de 2022 foi R$ 3.394, praticamente o mesmo de 2021 (2% mais baratos). Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil PCs Tracker Annual 2022, da IDC Brasil.

“Este movimento de queda foi resultado dos efeitos de uma retração no consumo, tendo em vista o baixo índice de confiança do consumidor frente a um cenário de incertezas tanto no aspecto macroeconômico como no político”, diz Renato Murari de Meireles, analista de mercado sênior de Commercial & Devices da IDC Brasil.

O volume de negócios do varejo foi de 4,4 milhões de máquinas comercializadas em todo o ano, um resultado 13% menor do que em 2021. Já no mercado corporativo, totalizou 4,15 milhões de unidades, um aumento de 15% na mesma comparação. “O mercado corporativo foi impulsionado pelo setor governamental e uma das principais razões foi a antecipação de alguns negócios realizados no último trimestre do ano, em consequência da transição do governo no âmbito federal”, justifica Meireles.

No último trimestre de 2022, foram vendidos 2,2 milhões de PCs no Brasil, uma baixa de 15%, em comparação ao mesmo período de 2021. Desse total, 1,62 milhão são notebooks e 511 mil são desktops, o que reflete, respectivamente, uma queda de 20% e um aumento de 4% na comparação com outubro, novembro e dezembro de 2021. Em termos de receita, o quarto trimestre do ano passado somou cerca de R$ 7,5 bilhões, 35% a menos do que nos mesmos três meses de 2021, muito em função da redução de preços, especialmente dos notes. 


Para 2023, no segmento corporativo, mais especificamente nas áreas de governo e educação, inicia-se uma época de planejamento de licitações do novo governo. Por isso, a expectativa da IDC é de que tais licitações se concretizem somente no segundo semestre deste ano. Já para o consumo, diante de uma virada de ano com os canais do varejo apresentando um alto volume de estoque, o ano de 2023 será bastante desafiador para a indústria.

“Levando em consideração fatores como o ICI (Índice de Confiança da Indústria), o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) e a instabilidade macroeconômica, o ano de 2023 deve ser marcado por desafios para a indústria, que terá de ofertar produtos a um ticket médio acessível para o consumidor final e um cenário de mais cautela para a categoria nos investimentos privados tanto para o segmento corporativo quanto para o varejo”, conclui o analista da IDC. 

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