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Cruzamento de dados começa com estatais de TI, mas haverá espaço para o setor privado

Entre as iniciativas listadas na Estratégia de Governo Digital, um pilar fundamental é viabilizar a interoperabilidade das diversas bases de dados espalhadas pela administração federal. Segundo adianta o secretário de governo digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro, esse trabalho começa a ser contratado junto às estatais de tecnologia, como Serpro e Dataprev, por conta da sensibilidade das informações. Mas haverá espaço para o setor privado.

“A questão do barramento especificamente vamos começar com as empresas públicas em função da sensibilidade dos dados. Mas a partir do momento que a gente entender que algumas dessas APIs possam ser oferecidas pelo mercado privado vamos expandir. Nossa estratégia é ‘mercado primeiro’. A gente analisa se há soluções de mercado disponíveis, considerando naturalmente a segurança da informação, e abrimos as licitações. Queremos vários players privados e públicos oferecendo esse leque de plataformas centrais e teremos, sem dúvida, licitações à caminho”, diz Monteiro. 

Dentre as 58 ações da EGD, há um capítulo específico para a interoperabilidade das bases de dados públicas. Ali está previsto que o barramento de interoperabilidade dos sistemas do governo federal precisa começar ainda em 2020 “de forma a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais compartilhem os dados”. Até 2022, isso deve garantir preenchimento automático de informações em pelo menos 900 serviços e o estabelecimento de 15 cadastros base de referência. 

“Não existe governo digital sem interoperabilidade de dados. Ou os dados correm entre as instituições públicas, ou quem vai correr é o cidadão, carregando pasta de documentos para provar quem ele é, com atestados, de um órgão para outro. É inadmissível que em 2020 ainda tenhamos essa situação no país”, afirma o secretário de governo digital. 

O trabalho começa pela organização do que o governo chama de ‘cadastros-base’. “São centenas de bases, de cadastros replicados, que precisam ser otimizados, seja por meio da integração entre eles, seja pela conexão com os cadastros-base. Os cadastros base são elemento central nessa estratégia de interoperabilidade, porque são os que melhores representam a interação com os serviços públicos, como o cadastro base do cidadão, que traz as características do cidadão, o cadastro base de empresas, com informações das empresas, cadastro base de veículos, de endereços, por exemplo. Unindo os cadastros com um barramento de interoperabilidade que estamos contratando temos os fundamentos tecnológicos dessa arquitetura que pretendemos entregar, expandir e implantar de forma a escalar dentro do governo federal.” Assistam ao trecho da entrevista com Luis Felipe Monteiro.


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