Escassez de talentos em TI inflaciona preços de software e serviços no mundo

Os gastos mundiais com TI devem totalizar US$ 4,4 trilhões (R$ 20 trilhões) em 2022, um aumento de 4% em relação a 2021, de acordo com a última previsão da consultoria Gartner, divulgada nesta quarta, 6/4. 

“Disrupção geopolítica, inflação, flutuações cambiais e desafios da cadeia de suprimentos estão entre os muitos fatores que disputam tempo e atenção, mas, ao contrário do que vimos no início de 2020, os CIOs estão acelerando os investimentos em TI, pois reconhecem a importância da flexibilidade e agilidade na resposta à perturbação”, aponta a consultoria.  “Como resultado, a preferência de compra e investimento será focada em áreas como análise, computação em nuvem, experiências perfeitas do cliente e segurança”, conclui. 

Os impactos da inflação no hardware de TI (por exemplo, dispositivos móveis e PCs) dos últimos dois anos estão finalmente se dissipando e estão começando a se espalhar para software e serviços. Com a atual escassez de talentos de TI gerando salários mais competitivos, os provedores de serviços de tecnologia estão aumentando seus preços, o que está ajudando a aumentar o crescimento dos gastos nesses segmentos até 2022 e 2023. Os gastos com software devem crescer 9,8% para US$ 674,9 bilhões (R$ 3,3 trilhões) em 2022 e os serviços de TI devem crescer 6,8%, para atingir US$ 1,3 trilhão (R$ 6 trilhões).

A ascensão do software de aplicativos corporativos, software de infraestrutura e serviços gerenciados no curto e longo prazo demonstra que a tendência em direção à transformação digital não é uma tendência de um ou dois anos, mas sim sistêmica e de longo prazo. Por exemplo, a infraestrutura como serviço (IaaS) sustenta todas as principais ofertas online e aplicativos móveis focados no consumidor, representando uma parte significativa do crescimento de quase 10% nos gastos com software em 2022.

O Gartner espera que iniciativas de negócios digitais, como experiência experimental do consumidor final e otimização da cadeia de suprimentos, levem os gastos em aplicativos corporativos e software de infraestrutura a um crescimento de dois dígitos em 2023.

Não se espera que a invasão russa da Ucrânia tenha um impacto direto nos gastos globais com TI. Espera-se que a inflação de preços e salários combinada com a escassez de talentos e outras incertezas de entrega sejam maiores impactos nos planos dos CIOs em 2022, mas ainda não desacelerarão os investimentos em tecnologia.

“Os CIOs antecipam ter a capacidade financeira e organizacional para investir em tecnologias-chave ao longo deste ano e no próximo”, disse Lovelock. “Alguns gastos com TI foram suspensos no início de 2022 devido à variante Omicron e ondas subsequentes, mas espera-se que sejam liberados no curto prazo.

“Os CIOs que mantêm os olhos focados nos principais sinais do mercado, como a mudança de negócios analógicos para digitais e compra de TI para construí-lo, bem como negociar com seus parceiros fornecedores para assumir riscos contínuos, se sairão melhor a longo prazo. Neste ponto, apenas as empresas mais frágeis serão forçadas a adotar uma abordagem de corte de custos em 2022 e além.”