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Governo do Rio desliga mainframe e extermina dados críticos para cumprir LGPD

O Governo do Rio de Janeiro foi um dos primeiros estados do Brasil a conseguir desligar o mainframe, com sistemas legados estratégicos e críticos como a folha de pagamento de servidores da câmara dos vereadores, de servidores da Assembleia Legislativa, e outros sistemas críticos, como roubo e furtos. A operação desliga mainframe levou quase dois anos e acabou em dezembro do ano passado. 

Em entrevista exclusiva ao Convergência Digital, o presidente do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro, Proderj, Flávio Rodrigues, lembra que a decisão de migrar não foi nada fácil. “Havia sistemas no mainframe que simplesmente não podiam parar ou serem interrompidos. Mas a máquina estava obsoleta demais. Para se ter uma ideia da complexidade, o sistema de pagamentos ficou rodando em paralelo – nas plataformas baixa e no mainframe- por um período de cinco meses. Não podíamos correr o risco de deixar de pagar servidores por uma migração de TI”, recorda.

Reescrever os sistemas legados para a baixa plataforma também exigiu planejamento e formação de mão de obra especializada, muitos servidores do estado treinados na Academia Proderj. Rodrigues destaca o último passo da migração como o mais delicado e estratégico: a sanitização dos dados críticos e estratégicos hospedados no mainframe. 

“Todas tinham de ser comprovadamente eliminadas, exterminadas do equipamento, devolvido ao fornecedor (IBM) e deletar os arquivos ou a limpeza básica não serviam como garantia. A sanitização, feita por uma empresa contratada, nos deu uma certificação da eliminação dos dados por completo. Isso nos permite estar em conformidade com a LGPD”, relata Rodrigues.

A plataforma baixa é composta de mais de 80 nós hiper convergentes da Dell/VmWare e Nutanix/Lenovo, além de equipamentos Cisco, herdados por conta da Olimpíada de 2016. Hoje o datacenter está instalado numa sala cofre no Centro Integrado de Comando e Controle do Estado.


Mas há também um data center redundante, localizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde estava o mainframe desativado. “Só com a saída da plataforma alta para baixa contabilizamos uma economia de R$ 6 milhões, que era o nosso custo para manter o mainframe funcionando, além do ganho de eficiência”, relata ainda Rodrigues. 

Para 2024, a proteção de dados pessoais segue como prioridade e o Estado comprou, por exemplo, uma solução de anonimização de dados. O governo digital é uma pauta central para a ampliação de serviços ao cidadão. “Nós queremos manter o Rio de Janeiro entre os três estados mais digitais do país”, afirma. Assistam a entrevista exclusiva do presidente do Proderj, Flávio Rodrigues.

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