Norte Global tem que pagar pela economia verde, diz governador do Pará, Helder Barbalho

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), lançou um desafio crucial para a próxima Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP30), que será realizada em Belém, em novembro. Segundo o governador, o verdadeiro legado do evento dependerá da capacidade de a floresta viva valer mais que a floresta morta.

Barbalho apontou que, se os países do Norte Global desejam mudar suas matrizes energéticas e buscam a compensação do balanço ambiental por meio das florestas tropicais, eles precisam financiar o desenvolvimento sustentável de baixas emissões nos países que detêm esses ativos.

“Se querem mudar matriz energética para suas indústrias e querem que nós compensemos o balanço, que financiem nosso desenvolvimento, agregando valor à floresta. O Norte Global quer imputar a nós apenas a responsabilidade da preservação das florestas e não quer pagar por isso”, disse Barbalho. Ele alertou para o risco iminente de um conflito entre a agenda ambiental e a social caso não haja financiamento climático e a criação de empregos verdes para a população local.

Ao participar nesta quarta, 11/6, da Febraban Tech 2025, o governador destacou uma disparidade alarmante: hoje, um hectare de floresta nativa na Amazônia vale apenas 10% do que um hectare de área desmatada para agricultura e pecuária. “Só vamos vencer essa jornada quando a floresta viva valer mais do que a floresta morta”, reiterou, sublinhando a urgência de uma mudança de paradigma econômico.

O governador enfatizou que a agenda da sustentabilidade transcende a mera discussão ambiental. “A agenda da sustentabilidade vai muito além da discussão de meio ambiente, ou mesmo da agenda verde. Hoje, ela está relacionada com a vida da sociedade e afeta todos os setores da economia”, afirmou. Ele desmistificou a ideia de que cuidar do meio ambiente é um ato romântico, alertando que a questão está cada vez mais próxima e impacta diretamente a vida das pessoas.