Mercado

Nuvem já processa 52% dos dados das empresas no Brasil

Pesquisa da FGVcia aponta 10% de crescimento médio anual no país

Pela primeira vez, mais da metade (52%) do processamento de dados das empresas brasileiras já migrou para ambientes de nuvem, segundo a 36ª edição da Pesquisa Anual do FGVcia sobre o uso de TI, divulgada nesta quinta, 26/6. O índice, que era de 45% em 2023, mostra aceleração na adoção da nuvem, com grandes empresas liderando esse movimento (56%).

O estudo, com 2.672 médias e grandes empresas, revela que 99% delas já terceirizam ao menos uma parte de sua infraestrutura de TI. Os serviços mais externalizados são desenvolvimento de sistemas (99%), manutenção (82%), treinamento (69%), suporte técnico (65%), redes (51%) e planejamento de TI (32%). “A nuvem está redefinindo o conceito de terceirização. Hoje, tudo vira serviço: de infraestrutura a aplicações críticas, no modelo Anything as a Service (AaaS)”, diz Fernando Meirelles, coordenador da pesquisa.

Mais de 90% das grandes organizações pesquisadas afirmaram ter pelo menos uma carga de trabalho na nuvem. Para Meirelles, a migração para nuvem vai continuar avançando em ritmo de cerca de 10% ao ano, mas se repetir a história, o ciclo tende a se reverter “Os 52% atuais vão continuar crescendo, mas a história mostra ciclos de centralização e descentralização. Para onde vai daqui uma década, ninguém sabe ainda”, aponta o professor e fundador do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV, (FGVcia).

Segundo o estudo, contínuas reduções do custo de hardware e o avanço nos estágios de informatização não reduzem os valores do índice de investimento em TI, que cresce desde o começo do levantamento, em 1988. Em 2021, o crescimento foi de 6%, mesma taxa da média dos últimos 36 anos, passando de 1,3% em 1988 para 10%, com um crescimento de 4% em 2024/25. “A tendência é de aumento, passando de 11% em dois ou três anos”, aponta o professor Fernando Meirelles.

A pesquisa também aponta o Custo Anual de TI por Usuário, que ficou em R$ 60 mil. Esse valor se refere aos gastos e investimentos em TI, dividido pelo número de usuários da empresa. O valor cresce com o tamanho da empresa e varia conforme o ramo. Nas empresas prestadoras de serviços, a média é R$ 72 mil; nos bancos, R$ 162 mil.


E ao traçar o panorama do uso de TI no Brasil, para além do foco nas empresas há dados sobre o uso pessoal de equipamentos. O estudo aponta que existem 502 milhões de dispositivos digitais em uso no Brasil, sendo 272 milhões de smartphones e 230 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet).

Botão Voltar ao topo