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Pix dispara 41% e celular reina absoluto para transações bancárias

Febraban admite que o Open Finance ainda não rompeu a barreira das empresas e é preciso criar soluções para o mercado B2B.

Cobertura especial . Febraban Tech 2025

Uma nova edição da pesquisa da Febraban sobre tecnologia bancária reforça a tendência da última década e meia sobre o papel crescente da internet, especialmente pelo celular, para transações. Nada menos que 82% delas são online, sendo 75% por smartphones. Ao mesmo tempo, o uso de agências bancárias caiu 14%.

Mais do que isso, o uso do celular como banco é também cada vez mais intenso, o que foi determinante para um novo recorde – em 2024, pela primeira vez foram mais de 200 bilhões de transações (208,2 bi).

“Esse número dobrou de 2020 pra cá. E o grande fator de crescimento, como já vem acontecendo nos últimos anos, mas esse ano ainda mais robusto, continua sendo mobile. A gente tem uma concentração cada vez maior de utilização do canal mobile, do canal celular. De cada quatro transações, três são feitas no mobile, percentual que vai a 82% com internet banking”, afirmou Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa.

Também sem surpresas, o Pix foi o principal responsável pelos 155 bilhões de transações pelo celular, 15% a mais que no ano anterior. Ao longo do ano passado, o Pix deu novo salto, de 41%, nas operações via smartphone, atingindo quase 25 bilhões de transações. E ainda segundo a Febraban, 78% dos usuários ativos realizam mais de 80% das transações pelo celular – em média, cada conta fez 55 transações mensais no mobile banking, sendo 92% delas por pessoas físicas.

“O Pix caiu no gosto popular. Todo mundo faz Pix. E a nossa expectativa, nesse momento em que o Pix dominou a dianteira, é trazer soluções satélites, para engajar cada vez mais o uso, até pelas facilidades do produto. A gente tem o Pix Automático chegando. Temos uma agenda regulatória seguindo com o Pix Parcelado. O Banco Central falou do Pix Internacional, para 2028. A expectativa é cada vez mais de diversificação do uso do Pix”, destacou a diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia Bancária e Segurança Cibernética da Febraban, Carolina Sansão.


Open Finance

A pesquisa de tecnologia bancária aponta, ainda, para o crescimento da adesão ao open finance. Segundo a Febraban, 2024 terminou com 46,8 milhões de consentimentos ativos, 28% acima dos 36,7 milhões de 2023.

Mais significativo foi o aumento de 116% no volume de chamadas de API de open finance, de 51,9 bilhões para 112,3 bilhões. A imensa maioria delas (99%) envolvem dados cadastrais e transacionais, especialmente sobre contas, recursos, cartões de crédito e consentimentos.

Embora não mostre números absolutos, a Febraban reconhece que o open finance ainda conta quase exclusivamente com consentimentos de pessoas físicas. Mas o movimento é para mudar esse cenário no futuro próximo.

“Hoje, a gente passa para uma próxima fase, que é justamente a criação de soluções para todos os tipos de pessoa física ou jurídica dentro do open finance. Está estabelecido pelo Banco Central, como prioridade do programa regulatório, um investimento na jornada da pessoa jurídica. Não está consolidado ainda, mas estamos estudando quais serão as melhorias direcionadas para esse público. Houve um investimento maior para as pessoas físicas, mas acredito que entre este ano e o próximo ano a mira do Banco Central vai ser a pessoa jurídica e a gente está começando a desenhar o que vem aí pela frente”, disse Carolina Sansão.

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