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PMEs usam mensageria, enquanto Inteligência Artificial e IoT se concentram nas grandes

A nova edição da pesquisa TIC Empresas, divulgada nesta terça 14/5, pelo Cetic.br, braço de estudos do NIC.br, aponta para restrições ao uso de ferramentas avançadas, como inteligência artificial e internet das coisas e, em menor grau, até mesmo computação em nuvem. 

“Em internet das coisas a gente observa uma certa estagnação, um uso restrito a grandes empresas e no setor de TICs. Observamos a dificuldade de empresas de outros setores implementarem dispositivos da internet das coisas em suas rotinas”, destacou o coordenador da pesquisa, Leonardo Lins. 

“É importante mencionar que nas médias empresas houve um crescimento de 21% para 29%, entre 2021 e 2023. Porém, esse crescimento se deu, em grande medida, por dispositivos de segurança disponíveis no mercado, como alarmes, detectores de fumaça e ou câmeras de segurança. Enquanto sensores inteligentes, por exemplo, ainda têm uso muito mais restrito”, emendou. 

Da mesma forma, soluções de Inteligência Artificial ainda são mais comuns entre as empresas maiores e naquelas mais envolvidas com tecnologias. “No caso da inteligência artificial vemos a mesma estrutura. Há estabilidade entre 2021 e 2023, com as grandes empresas mantendo essa liderança (41% delas usando IA), e em grande medida também relacionado ao setor de TICs e intensivo no uso de dados pessoais, até por ser um setor que disponibiliza soluções de IA para outros”, disse Lins. 

Segundo os dados do Cetic.br, o uso mais comum de ferramentas de automação envolvem soluções que podem ser consideradas de menor complexidade, notadamente uso de IA para atendimento a clientes, como chatbots, até por serem sistemas mais amplamente disponíveis no mercado. 


“A automatização de processos e fluxos de trabalho tem uma relação direta com o uso de chatbots. Enquanto soluções de machine learning, mineração de texto, reconhecimento de fala, envolvem usos muito mais restritos, com grandes empresas liderando. Mas é de se esperar que com o desenvolvimento e a oferta comercial de outras soluções, o uso também seja mais intenso pelas empresas”, avaliou o coordenador da pesquisa. 

As empresas também apontaram uma série de motivos para esse uso ainda restrito das soluções mais avançadas, desde custo até o próprio desconhecimento e falta de pessoas capacitadas para tal. “Entre os obstáculos para uso de IA, chama a atenção a falta de conhecimento (18% das empresas), incompatibilidade de equipamentos e software (19%) e pela falta de pessoas capacitadas (17%)”, disse Lins. 

Segundo ele, “quando se fala em serviços de nuvem, internet das coisas e inteligência artificial, a pesquisa aponta limitações das empresas para sua completa implementação em suas rotinas. Se por um lado avançamos na digitalização, precisamos pensar em ações para elevar essa digitalização que fica cada vez mais complexa”.

No caso da computação em nuvem, há sinais de uma gradual incorporação em diferentes processos de trabalho. Os números apontam para utilização além do tradicional correio eletrônico, com uma em cada três empresas indicando contratar serviços de processamento em nuvem. 

O estudo indica que ter website é prevalente entre médias e grandes empresas (77% e 85%, respectivamente), enquanto entre as pequenas a ferramenta preferida é o aplicativo de mensageria (Whatsapp ou Telegram, 75%), ou perfis em redes sociais como Instagram e TikTok (71%). Mas a ferramenta digital mais disseminada entre todos os tipos de emrpesas é mesmo o PIX, usado por 85% das empresas que vendem pela internet. 

Segundo o Cetic.br, “os meios mais utilizados para vender no ambiente digital são aplicativos de mensagens, mencionados por 78%. A venda por esse tipo de plataforma é mais recorrente entre as pequenas empresas (80%) – elas são as que mais usam redes sociais para esse fim (40%) e as que menos realizam a prática em websites próprios (29%)”. 

A pesquisa entrevistou 4.057 empresas com 10 pessoas ocupadas ou mais, em todo o território nacional, entre março e dezembro de 2023. 

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