Prods unem força por microsserviços e por transformação digital dos estados
As prodis não são apenas mantenedoras de sistemas ou responsáveis pelo suporte de TI. Elas têm uma missão que é fazer a transformação digital acontecer nos Estados, mas há dificuldades para serem superadas, principalmente, pelas prodis que dependem de orçamento de secretarias.
“Digitalização é prioridade? É sim, mas digitalizar por digitalizar não resolve. A transformação digital passa pela atualização dos sistemas e as prodis sabem do legado existente e têm o conhecimento técnico do que é realmente preciso para fazer a máquina pública avançar”, afirma em entrevista ao Convergência Digital, o presidente da Associação Brasileira de Empresas Públicas de Tecnologia, ABEP, Leandro Moura.
O mandato dele de dois anos termina em fevereiro, quando as prodis vão realizar um evento, em Brasília, para eleger os novos comandantes da entidade. “Tivemos uma gestão importante com a primeira contratação em grupo de serviço de nuvem. Houve problemas? Houve, mas o projeto está sendo implementado e trouxe vantagens para todos os estados envolvidos”, observou Moura ( A licitação envolveu 11 estatais, 10 estaduais e uma municipal, teve o edital contestado pelo TCU, foi modificado e a gaúcha Datacentrics venceu com a oferta de R$ 224,98 milhões).
Agora há o estudo para o compartilhamento de desenvolvimento dos sistemas do DETRAN. “Os software são monolíticos, antigos e remendados. Todos os Estados querem aperfeiçoar, mas não é simples e custa muito. Unir forças foi uma saída estratégica. A ideia é gerar uma plataforma de gestão de microsserviços, onde cada estado vai fazer uma parte do desenvolvimento. No caso da CELEPAR, do Paraná, passará pela contratação da fábrica de software. São soluções que não têm disponível na prateleira do mercado. Querermos colocar esse projeto em campo pela ABEP”, relata Moura.
Na visão do executivo, as Prodis têm papel fundamental na transformação digital dos Estados, mas precisam também ser desafiadas e enfrentar a resistência cultural dos funcionários pela mudança. “Nós temos o conhecimento, podemos repensar os projetos. Temos de entender o que é realmente necessário fazer e pensar à frente com inteligência artificial, RPA, blockchain. Mas para isso temos de ter força política e investimento do Estado. As Prodis que são estatais têm uma situação melhor, mas as que dependem de orçamento de secretaria, a realidade é complicada, mas sem pensar em Inovação, a transformação digital não acontecerá”, completa Moura.