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Ricardo Guerra, Itaú: IA Generativa ainda não está pronta para ser ofertada em escala aos clientes

O ChatGPT foi o grande divisor de água na adoção da inteligência artificial generativa pelo mundo; e a OpenAI foi feliz em lançar um produto fácil e de adoção massiva, característica que fez com que o público em geral percebesse o potencial da tecnologia. A ponderação de Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, ao participar do painel sobre a disrupção da IA no setor financeiro na visão dos CIOs dos bancos, realizado nesta quarta-feira, 26/06, na Febraban Tech, deu o tom de como o Itaú Unibanco está endereçando o tema. 

Guerra levantou questões que têm de ser respondidas antes da adoção, tais como a preocupação de como IA generativa será adotada pela população, como será o banco do futuro baseado em GenAI e qual é o potencial dela na entrega de valor. “A resposta é que potencialmente, sim, [ela entrega valor]. Então, decidimos investir fortemente na tecnologia, porque existe potencial de evolução em um futuro incerto, mas existe uma série de adoções que podemos fazer já”, analisou.

Para direcionar a adoção, o Itaú Unibanco focou na governança e centralizou a plataforma para permitir uma adoção em escala de forma segura. “Entendemos que diferentes soluções são necessárias para diferentes casos de uso”, assinalou.

Guerra foi taxativo ao dizer que o banco entende que tem de estar na fronteira da tecnologia de IA generativa e que isso requer investimentos em inovações diferentes das que temos hoje. “O resultado é uma série de entregas que temos feito. Mas a tecnologia ainda não está pronta para oferecer para os clientes em escala, mas vemos evolução rápida”, ponderou. 

Assim, a inteligência artificial generativa está sendo mais fortemente adotada dentro do departamento de tecnologia para criação de linhas de código. São cerca de 8 mil funcionários usando GitHub Copilot, chegando a 1,5 milhão de linhas de código. “A tecnologia funciona muito bem para isso. Traz um ganho importante.”


Hiperpersonalização — Esta é a palavra que está na boca dos CIOs para apontar o que a inteligência artificial generativa habilitará e agregará aos bancos. “Em um futuro próximo seremos capazes de enxergar e de entender, com o uso de inteligência artificial generativa,  quem é a pessoa, quais são as vontades, que interações que teve com banco — ou qualquer  empresa — e, no limite, vamos ver a tecnologia criando agentes que serão espelhos das pessoas”, avaliou Guerra, para quem os processos ocorrerão de forma mais fluida.

Entre as preocupações, o uso responsável de inteligência artificial generativa ganha evidência. “O mundo vai evoluir e vamos ofertar IA, que vai fazer parte da vida das pessoas naturalmente. Todo mundo vai aprender a usar a tecnologia. O que tira o sono de fato é como controlamos tudo isso”, ponderou. 

Aprender a fazer o devido controle e a entender como a IA vai evoluir ao longo do tempo é algo que está pouco explorado no mundo inteiro, mas que, na avaliação de Guerra, é o ponto-chave para ser explorado.

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