Ricoh Brasil avança em serviços digitais, mas diz que impressão está longe de acabar
O mercado de outsourcing de impressão mudou, mas o papel não caiu em desuso, muito pelo contrário, há segmentos que precisam dele mais do que nunca por regulação, afirma o CEO da Ricoh Brasil, Giancarlo Ghirotti. Em entrevista ao Convergência Digital, o executivo lembra que a Ricoh tem um legado de impressão, mas vai muito além e foi às compras para prover serviços de TI aos seus clientes.
“Nós somos impressão, é um mercado maduro, mas somos muito mais. Aqui estamos ficando mais fortes em serviços digitais, onde agregamos inteligência ao negócio”, afirma Ghirotti. O CEO da Ricoh Brasil rejeita a tese que a impressão está riscada do mapa por conta da sustentabilidade. “O papel usado hoje vem todo do reflorestamento. Há dispositivos que usam baterias de lítio, que são muito mais prejudiciais ao meio ambiente”, pontua.
O modelo de entrega de impressão mudou. Hoje os grandes volumes cedem vez à produção personalizada, direcionada. “Temos muitos livros personalizados com inventário zero”, detalha. Mesmo não fabricando no Brasil, a Ricoh está crescendo a dois dígitos nos últimos dois anos. O ano fiscal 2023, encerra em março de 2024, e o crescimento de 15% já está praticamente assegurado. De 2021 para 2022, o crescimento chegou a 36%, muito por conta dos serviços digitais.
Ghirotti explica que há três pilares de atuação nos serviços digitais: infraestrutura, na qual o cliente escolhe como a Ricoh vai atuar e com que equipamentos a Ricoh vai trabalhar, além do modelo de negócio a escolher para pagamento. “Somos agnósticos a qualquer marca e modelo”, diz. O segundo pilar é o Conecta que tem como missão dar mais efetividade à comunicação dos clientes.
As reuniões virtuais passaram a ser um mercado crucial tanto que a Ricoh foi às compras e adquiriu a VideoCorp, empresa de comunicação audiovisual e infraestrutura crítica para clientes corporativos presente no Chile e Peru, com mais de 40 anos de mercado. A aquisição também inclui a Cayman Distribution, empresa focada na distribuição de equipamentos e acessórios de áudio e vídeo. Os valores da transação não foram revelados.
O terceiro e último pilar é o Libera, voltado para digitalização de documentos e armazenamento do fluxo de papel do cliente. “Mas aqui também temos a camada de serviço, de integrador. Nós dizemos aos clientes, como ter mais inteligência, o que traz mais eficiência, na guarda do documento”, explica o CEO da Ricoh.
Indagado sobre o uso da Inteligência Artificial, Giancarlo Ghirotti, disse que a Ricoh usa robôs para a automação de processos internos, mas não possui uma IA para oferecer aos clientes. “Mas damos a eles a opção de transformar o processo para usar as novas tecnologias”, diz. Para 2024, o projeto é sustentar o crescimento e ir além da impressão, com grande dedicação à oferta de serviços digitais. Assistam a entrevista exclusiva com o CEO da Ricoh Brasil, Giancarlo Ghirotti.