Tarifaço Trump: Preços de serviços da nuvem vão aumentar. Resta saber quanto
Estudo apura que os hyperscalers - AWS, Google e Microsoft Azure - não vão absorver o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Isso não aconteceu na Europa nem no Canadá.

As empresas brasileiras devem se preparar para um aumento de 2% a 10% nos custos de serviços de computação em nuvem, em especial, das hyperscalers, Google Cloud Platform (GCP), Microsoft Azure e AWS. O aumento seria uma consequência direta da aplicação da “Lei de Reciprocidade Econômica” pelo Brasil, em resposta a uma tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Os dados são de um estudo conduzido pela equipe de especialistas da Tripla, empresa brasileira referência em soluções de tecnologia, cibersegurança e compliance.
Segundo dados recentes da Fundação Getúlio Vargas, pela primeira vez, mais da metade (52%) do processamento de dados das empresas brasileiras já migrou para ambientes de nuvem. Os especialistas da Tripla descartam a possibilidade de os provedores de nuvem absorverem o encargo. O custo será
repassado diretamente aos consumidores por meio de uma sobretaxa explícita nas faturas mensais, que poderá ser denominada “Taxa de Reciprocidade” ou “Custo Operacional Regulatório”.
O estudo aponta que essa prática é o procedimento padrão das gigantes de tecnologia globalmente. Em países da Europa e no Canadá, que instituíram Impostos sobre Serviços Digitais (ISDs), os custos foram sistematicamente transferidos para a base de clientes locais.
“O custo da nuvem no Brasil está deixando de ser uma variável puramente técnica, de otimização de consumo, para se tornar um risco geopolítico”, afirma Mauricio Barbosa, head de cloud & data center da Tripla. “Nossa análise mostra que a incerteza não é se haverá um aumento, mas quando e de quanto. A preparação para este novo cenário não é mais opcional, é uma necessidade estratégica para a competitividade das empresas”, completou.