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Telecomunicações quer definir metas para ESG e redução de carbono

A guerra da Ucrânia – que foi citada várias vezes no Mobile World Live 2022, realizado esta semana, em Barcelona, mas não desviou muito o foco da atenção no 5G, Metaverso e 6G- não pode tirar da agenda das empresas de telecomunicações as iniciativas para a preservação do meio ambiente mundial. Para a GSMA,a conectividade inteligente é uma resposta da indústria móvel às mudanças climáticas, citando a automação do transporte rodoviário e a capacidade de oferecer suporte a novos modelos e tecnologias de negócios.

O diretor geral da GSMA, Mats Granryd, citou uma pesquisa conjunta realizada pela GSMA Intelligence e pela Carbon Trust em 2021, que descobriu que a conectividade inteligente poderia permitir até 20% das reduções de carbono necessárias até 2030 nas áreas de utilities, transporte e manufatura. O relatório também apontou que a redução dos níveis de CO2 nessas verticiais poderia cortar 11 giga toneladas, o equivalente a fechar 2.700 usinas a carvão. “É uma quantidade enorme de CO2, mas na verdade é 40% do CO2 necessário para atingir zero líquido até 2030”, pontuou Granryd.

Granryd também revelou que, até o final deste ano, acontecerá uma reunião na Grécia, para definir metas para a adoção de ESG no setor de telecomunicações. “Um dos problemas que enfrentamos é que muitas empresas medem as coisas de forma ligeiramente diferente e, portanto, não é tão fácil para os investidores entenderem”, explicou.

Para o ex-CEO da Unilever e coautor do livro Net Positive, Paul Polman, há barreiras para serem superadas, entre elas, a falta de progresso na atualização dos sistemas contábeis para empresas que implementam os padrões ESG, juntamente com a pressão que os CEOs enfrentam do setor financeiro. O executivo advertiu: um esforço para aumentar o investimento em combustíveis fósseis desencadeado pela crise na Ucrânia – por conta de uma possível escassez de oferta de energia na Europa- seria um grande passo para trás em termos de mudança climática. “É como dizer que devemos fumar mais cigarros para ter controle populacional”, completou.


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