Zebra Technologies aposta em software e quer tirar o WhatsApp da linha de frente
Conhecida no mercado pelos seus coletores de dados voltados especialmente para o varejo e para a indústria, a Zebra Technologies avança no software, e em especial, no software como serviço, para atuar na gestão de pessoas e na área de colaboração. Para isso contratou Francisco Pinto, um executivo com experiência na TI nacional, para assumir a área de vendas de SaaS na América Latina.
Em entrevista ao Convergência Digital, Francisco Pinto, deixa claro que o software passou a ser prioridade na Zebra. E com um diferencial: o software feito em casa não roda apenas nos equipamentos da própria Zebra, mas em outros coletores ou em celulares Android e IoS. “O Workforce Manager é um software de gestão de pessoas. Ele não é um software de escritório. Ele é para pessoas. Mas traz vantagens concretas. O WhatsApp não roda em um coletor de dados. O nosso software roda, é seguro e traz produtividade. E o nosso desafio é provar isso as empresas”, exemplifica o executivo.
Uma outra aposta da Zebra é o software de colaboração, o Zebra Task Manager, que substitui um rádio, um celular e adota o PTT – o velho e bom push to talk – IP. “O usuário terá um único equipamento para voz, texto e imagem e com as funcionalidades gerenciadas pelas empresas, conforme a função do funcionário. Esse software também roda em equipamento concorrente Zebra, em um smartphone e um PC. Acreditamos muito nele”, observa Pinto.
Com cerca de 100 pessoas atuando no Brasil, a Zebra Technologies colocou metas audaciosas, como vender 30 mil, 50 mil licenças de SaaS, em grandes clientes. Hoje a divisão de software responde por 20% dos negócios no país, mas a expectativa é de crescimento contínuo. “Minha meta é ultrapassar o México e consolidar a Zebra como fornecedora de software no país. O que nos difere é que, hoje, somos mais fortes fora do Brasil. E estamos trazendo os clientes de lá para cá como os supermercados Oxxo, Sodimac, Jumbo”, adiciona.
A comercialização dos software seguirá a regra dos hardware: por meio de canais, os mesmos que vendem os coletores de dados e os equipamentos da Zebra. “Não vamos vender software sem o nosso canal. Esse não é o nosso negócio”, diz Francisco Pinto. Segundo ele, hoje, as negociações acontecem com as áreas de operações ficando a TI como um aprovador da aquisição. “Quem está no dia a dia é que sabe o que precisa para ganhar produtividade. A TI funciona como patrocinador”, completa o executivo. A Zebra assegura que os software estão tropicalizados e adequados às leis trabalhistas brasileiras.