Anvisa bloqueia o uso da videoconferência Zoom por falha de segurança
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) bloqueou o uso do Zoom, plataforma de vídeo chamadas pela internet, que estava sendo usado por seus funcionários durante o período de quarentena pela pandemia de coronavírus. Segundo o órgão, o aplicativo apresenta “falhas de segurança graves” como roubo das credenciais de usuários e de informações trocadas nas reuniões.
O Zoom tem sido bastante usado como uma solução de comunicação durante a pandemia de coronavírus, e a grande quantidade de pessoas trabalhando em casa. Nos últimos três meses, a demanda do aplicativo aumentou cerca de 19 vezes no mundo inteiro.
Porém, com o crescimento também aumentaram as acusações sobre as brechas na privacidade dos usuários, que se agravaram quando Eric Yuan, fundador da plataforma, admitiu as falhas. “Reconhecemos que não atingimos as expectativas de privacidade e segurança da comunidade – e a nossa própria“, disse Yuan. “Por isso, sinto muito.”
No final de março, também foi reportado que o Zoom compartilhava dados de celulares com o sistema operacional da Apple, o iOS, com o Facebook, informando localização e fuso horário dos usuários. Ao decidir suspender o uso da ferramenta, a Anvisa destacou as falhas de segurança do Zoom, como a ativação de câmeras e microfones sem a autorização prévia do usuário, e afirmou que hackers se aproveitam da situação para agir.
“Eles sabem da grande demanda por uso de soluções dessa natureza e exploraram as fragilidades inerente a elas. Com o aumento de servidores em trabalho remoto, nosso nível de segurança teve de ser elevado ao nível máximo, estamos monitorando os acessos remotos e aprimorando nossas ações, já que a Anvisa possui muitos dados restritos que são acessados por seus servidores”, explicou o órgão.
A Anvisa afirma ainda que aguarda a correção do software do Zoom para reavaliar o seu posicionamento no assunto. Em relação ao programa próprio de videoconferência, o órgão afirmou que ele foi implementado antes da pandemia e que a ferramenta oferece funcionalidade e segurança para a Agência.
A ferramenta Zoom experimentava um incremento sem igual, principalmente a sua versão gratuita. No fim de dezembro de 2019, o número máximo de participantes diários em conferências via Zoom era de 10 milhões de pessoas. Em março, auge do isolamento social ao redor do mundo, ele passou para 200 milhões de usuários diários — entre os que usam gratuitamente ou pagam pela ferramenta.
Além disso, desde fevereiro mais de 90 mil escolas em 20 países pasaram a usar os recursos da plataforma para aulas à distância. Os problemas da ferramenta começaram quando o FBI advertiu para o risco da segurança da criptografia. O fundadador do Zoom, Eric Yuan, reconheceu que havia falhas e que a equipe estava se esforçando para corrigir as vulnerabilidades.