Botnet que infectou mais de 100 mil câmeras IP foi disseminado por hackers de 20 anos de idade
A Justiça dos Estados Unidos acusou três homens de serem os responsáveis por um ciberataque generalizado que paralisou a internet em vários países no fim de 2016. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que um dos hackers, o ex-estudante de Informática de 21 anos Paras Jha, admitiu ter codificado o programa malicioso usado para disseminar o golpe e se declarou culpado. Josiah White e Dalton Norman, de 20 e 21 anos, respectivamente, também se declararam culpados por ajudar Jha no ataque. O ciberataque paralisou muitos sites nos EUA e em outras partes do mundo em 21 de outubro, incluindo Twitter e Amazon.
Segundo documentos judiciais tornados públicos, Paras Jha admitiu ter codificado o “botnet” Mirai. Essa rede lhe permitiu controlar 100 mil objetos conectados. Esse exército de máquinas foi usado hackers para lançar os ataques de negação de serviço a vários servidores. Durante essas investidas, milhares de computadores tentam acessar um único serviço conectado com o objetivo de inundá-lo com solicitações e tirá-lo do ar.
O Mirai contamina câmeras de segurança IP e gravadores digitais de vídeo (DVRs). A firma de segurança Imperva estimou que 11,8% dos dispositivos infectados por esse vírus estavam no Brasil, segundo país mais afetado pelo malware. A fatia brasileira só era menor que a do Vietnã, que é de 12,8%. Após o golpe, o ex-estudante publicou o código-fonte do malware em um fórum para permitir que outras pessoas usassem. Os três enfrentam condenações de prisão e multas por várias acusações, incluindo fraude.