Segurança

Cibersegurança exige rediscutir o papel do Estado no ecossistema digital

O coordenador do GT de Segurança Cibernética da agência (GT-Ciber) e superintendente de controles de obrigações, Gustavo Santana defendeu no Cyber Telecom, organizado pela Network Eventos e pelo Inatel, em São Paulo nesta quinta-feira, 01/12, que a rediscussão sobre o papel do Estado (e da própria Anatel) na regulação do ecossistema digital deveria passar também pela cibersegurança.

A reflexão deveria ocorrer antes que a infraestrutura de conectividade se torne ainda mais essencial para a sociedade, entende o servidor. Isso porque no horizonte estaria a massificação da Internet das Coisas (IoT), com a conexão de máquinas se tornando essencial na operação de setores como transportes, energia e indústria, aponta Santana.

No evento, a Anatel divulgou a contratação de um diagnóstico da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Paraíba, sobre instrumentos para avaliar segurança cibernética e até mesmo regulá-la no futuro, se for o caso. O trabalho, iniciado em janeiro, deve ser concluído em agosto de 2023.

Para o diretor do Inatel, Carlos Nazarth Motta, não basta ter preocupação com mercado e redes de telecom se não tiver cuidado com o que se conecta a ela, como câmeras, sensores, atuadores e outros elementos. “Se esses dispositivos não passarem pelo mesmo grau de normatização que as redes, o sistema de telecom passa inevitavelmente a ser uma cadeia com um elo fraco”, advertiu.


TIM e Claro também expuseram seus pontos de vista. Claudio Creo, Chief Information and Security Officer (CISO) da /TIM, apontou uma convergência desejável entre práticas dos “universos” de TI e telecom, mas também observou que abordagens como o “zero trust” são bastante diferentes das historicamente aplicadas nas operações de redes.

Para a TIM, hoje o que mais preocupa do ponto de vista de ameaças cibernéticas são ataques relacionados a insiders, que poderiam criar situações de indisponibilidade a partir da própria organização ou de parceiras. A escala dos elementos que compõem a infraestrutura das teles serviria de complicador, lembra Creo.

Já o diretor de segurança corporativa da Claro, Paulo Martins, bateu na tecla da formação de mão de obra – e não só pelas teles, mas também pelos setores da economia que devem demandar dispositivos conectados à rede, como bancos, saúde e segurança. No momento, a operadora estuda maneiras de ampliar incentivos para a qualificação profssional, inclusive em interlocução com o governo.

Botão Voltar ao topo