F5 Networks: LGPD tira empresas da zona de conforto e instiga segurança como serviço
Mais do que a pandemia de covid-19, a instabilidade do dólar determinou o adiamento de projetos com relação à segurança da informação, observa do diretor geral da F5 Networks, Hilmar Becker. Em entrevista ao Convergência Digital, ele diz que setores que investem muito em tecnologia, como o financeiro e o de telecomunicações, nos primeiros seis meses do ano fizeram apenas aqueles investimentos efetivamente essenciais. Indagado sobre a expectativa para o segundo semestre, Becker se mostra otimista por conta da adequação das corporações à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
“A LGPD tira as empresas da sombra. Não se poderá mais omitir informações sobre os ataques cibernéticos. Hoje ainda é uma vergonha dizer que foi atacado, mas isso terá de ser feito. Mitigar esses ataques será estratégico”, pontua Becker. A F5 Networks ativou em maio, um Centro de Operação de Redes para reduzir a latência do Silverline, uma plataforma global de segurança da informação. “Ela está muito ativa nos Estados Unidos e na Europa e acreditamos que será muito usada no Brasil. É serviço de segurança gerenciado”, ressalta o executivo.
A F5 Networks tomou medidas relevantes durante a pandemia, como a concessão gratuita de licenças temporárias com duração de 60 dias para que as empresas pudessem levar a segurança corporativa para a casa dos seus funcionários. Para Hilmar Becker, o isolamento social e o trabalho remoto mudaram de forma definitiva a rotina das empresas. “Foi exigida uma reestruturação e um redimensionamento de projetos de segurança. A prioridade passou a dar segurança aos dados trafegados nas casas dos funcionários. Tenho por mim que a volta ao escritório será em turnos e de forma escalonada”, diz.
Com relação ao dia a dia da F5 Networks, Becker admite que 2020 deu um grande susto e, sim, o efeito montanha russa do dólar impacta na rentabilidade na América Latina e no Brasil. “O dólar indo e vindo, a instabilidade é muito ruim. Nossos preços são em dólar e há um impacto. Na região, até agora, o México foi o País que mais se manteve numa normalidade. Todos os outros registraram queda nos projetos. Mas se os clientes tiveram que readequar, nós também nos readequamos. E, ao contrário do que se pensa, contratamos mais profissionais na pandemia, mas tudo ainda é muito incerto”, conclui Hilmar Becker.